https://youtu.be/BzH2jTfhTZY
Um vídeo obtido com exclusividade pela agência de notícias Reuters mostra o momento em que o caminhão invadiu uma feira natalina em Berlim, na Alemanha, na última segunda-feira. O vídeo foi registrado por um taxista que estava perto da praça Breitscheid. O ataque deixou 12 mortos e 48 feridos.
No vídeo, o caminhão é visto andando em alta velocidade em direção à praça. Logo depois pessoas saem correndo do local.
A chanceler alemã, Angela Merkel, tentou tranquilizar seu país, dizendo nesta quinta que espera a rápida prisão do tunisiano.
Buscas
A polícia da Alemanha intensificou nesta quinta as buscas pelo tunisiano Anis Amri, suspeito de promover o ataque. A imprensa alemã afirmou que impressões digitais de Amri, de 24 anos, foram encontradas na porta e no volante do caminhão.
“Impressões digitais foram encontradas no lado de fora do caminhão, na porta do motorista e em uma coluna de dentro do veículo”, disse o porta-voz da investigação do caso. “Nesse ponto da investigação, nós assumimos que Anis Amri dirigiu o caminhão”, completou em coletiva na tarde desta quinta.
O tunisiano começou a ser procurado na quarta após a polícia encontrar uma autorização de residência provisória do suspeito sob o banco do caminhão que atropelou a multidão.
Nesta quinta, policiais invadiram casas na cidade de Dortmund. Na manhã desta quinta, o jornal alemão “Bild” chegou a informar que quatro pessoas foram presas. No entanto, o Ministério Público Federal negou as informações.
Irmão pede que suspeito se entregue
Um irmão de Amri, falando de sua terra natal Oueslatia, na região central da Tunísia, pediu que o suspeito se entregue à polícia, reporta a agência Associated Press.
Walid Amri disse à agência que o irmão mantinha contato com os familiares por telefone e pelo Facebook. “Eu peço a ele que se entregue à polícia. Se ficar provado que ele está envolvido, nós nos dissociamos dele”. O irmão também contou que a família ficou abalada ao saber da suposta ligação de Anis com o ataque.
Walid disse que o irmão pode ter se radicalizado na prisão na Itália, para onde foi depois de deixar a Tunísia na onda dos levantes da Primavera Árabe.
Investigação
A Associated Press afirmou que o tunisiano estava sob investigação desde 14 de março, por ser considerado uma ameaça – ele estaria tentando comprar armas automáticas para usar no ataque. Amri já havia sido acusado de envolvimento com tráfico de drogas e de participar de uma briga em um bar. Mas como não havia provas, a vigilância foi suspensa em setembro.
Segundo a CNN, ele já havia sido preso em agosto, no sul da Alemanha, quando viajava para a Itália, por portar documentos falsificados. Na ocasião, ele foi liberado por um juiz.
De acordo com o jornal “Süddeutsche Zeitung”, o tunisiano esteve em contato com a rede de um importante ideólogo islâmico conhecido como Abu Walaa, recentemente preso por provável ligação com o Estado Islâmico.
Reabertura da feira
A feira natalina, que fica aos pés das ruínas da igreja Kaiser Wilhelm, no ponto central da Breitscheid, reabriu nesta quinta com o policiamento reforçado. A polícia instalou barreiras de concreto para evitar novos ataques semelhantes.
A Alemanha anunciou, na quarta, que oferece uma recompensa de até 100 mil euros (equivalente a cerca de R$ 350 mil), para quem tiver pistas sobre o suspeito.
Logo após o incidente, um paquistanês foi detido e liberado no dia seguinte já que a polícia não encontrou evidências de relações com o atentado. Na quarta-feira, um outro suspeito chegou a ser detido e liberado. Na manhã desta quinta, o jornal alemão “Bild” chegou a informar que quatro pessoas foram presas. No entanto, o Ministério Público Federal negou as informações.
A caçada internacional ao principal suspeito no ataque gerou questionamentos e a ira da opinião pública na Alemanha, segundo a Deutsche Welle. Muitas pessoas se perguntam como foi possível Anis Amri evitar a prisão e a deportação, embora estivesse no radar das agências de segurança da Alemanha.
Créditos: g1