"reborn"

Mulheres gastam mais de R$ 40 mil com bonecas que tratam como filhos reais

A rotina parece a de uma mãe comum. Envolve ter tempo e dedicação para trocar fraldas e roupas, levar para passear, comprar mobília e acessórios e não se importar de gastar valores equivalentes ou superiores a um carro popular (R$ 30 mil em média).

Mas as duas mulheres a seguir são mães de “reborn” –bonecos semelhantes a um bebê de verdade e que podem ter até 1,50 metro de altura. Além de atrair crianças, as peças –que custam entre R$ 1.100 a R$ 5.000 e que podem demorar até 20 dias para ficar prontas– têm consumidoras entre 30 e 60 anos.

“Tenho cerca de 30 bebês. Não chamo de bonecas. Todos têm nome e me acompanham em passeios, em viagens. Comemoro os aniversários com presentes. Já gastei mais de R$ 1.000 de uma vez só vez com roupas de personagens da Disney. No total, já gastei mais de R$ 40 mil. Já deixei de comprar coisas para mim para dar lugar a eles e não me arrependo. Trato com muito carinho. Eles têm um quarto com berço, troco fraldas, roupas, arrumo os cabelos, tenho ciúme, não deixo as pessoas pegarem. É como cuidar de um bebê de verdade. Às vezes, estou estressada, começo a cuidar deles e me sinto mais calma. É diferente do tempo de criança. Não ligava muito de brincar de boneca, com os reborn, tenho um carinho enorme. Quero ‘adotar’ [comprar] mais, é como um vício. Adoro crianças, já tentei adotar, mas demora anos, aí quando te chamam, você já está velha.” (Cristina tem três filhas, uma de 29, uma de 25 e uma de 16 anos).

Arquivo Pessoal

“Sempre quis ter um filho, tive três abortos e foram experiências ruins, mas não é por conta disso que tenho reborn. Sempre gostei de bonecas e nunca parei de brincar, mas é diferente da infância. Elas são semelhantes a um bebê real. No total, tenho 13, são as minhas meninas. Todas têm nome, data de nascimento. É gostoso você sair e comprar roupas, móveis para o quarto delas, sapatos, acessórios. Fiz até festa de aniversário temática com direito a bolo para uma delas, a Maria Fernanda. Não vejo exagero nisso, para mim, é algo normal, já que os convidados eram todos adultos. Em maio, estou pensando em fazer festa para uma outra. Gosto de trocar as roupas delas, de conversar… É como cuidar de uma criança. Gasto bastante com elas, mas sei que são bonecas.” Conta Fernanda Cristina Campos Oliveira, 41, de Santo André (SP).

Fonte: UOL