Marvin Henriques Correia, acusado no processo que julga sua participação na morte de uma das vítimas da chacina de Pioz, na Espanha, deve passar por um exame de sanidade mental. O promotor do caso, Alexandre Varandas, confirmou nesta terça-feira (6) que foi solicitado pelo Ministério Público o teste de sanidade do réu, diante dos indícios de perturbação demonstrados na denúncia feita à Justiça.
Com o pedido do teste, o processo judicial fica paralisado até que seja entregue o resultado exame, que pode ser concluído em até 45 dias. “Queremos saber se ele sofre de alguma perturbação, uma espécie de esquizofrenia, ou alguma outra anomalia mental. Se isso é algo normal dele, ou passageiro”, explicou o promotor Alexandre Varandas.
Patrick Gouveia, assassino confesso da família paraibana, também realizou um teste de sanidade mental no dia 10 de novembro na Espanha. O resultado ainda não foi divulgado pela polícia espanhola.
O advogado de Marvin, Sheyner Asfora, explicou que o pedido do teste de sanidade feito pelo Ministério Público era esperado e, a princípio, não interfere na construção da defesa do jovem.
De acordo com o representante de Marvin Correia, a argumentação da defesa é com base na participação negativa. “A conversa entre Marvin e Patrick, no intervalo dos três crimes para o último, não influenciou para que o crime fosse praticado”, completou.
Ainda segundo a defesa do réu, o resultado do exame solicitado pelo Ministério Público será aguardado apenas como medida protocolar. “Marvin está disposto a colaborar, vai participar desse e de qualquer outro exame que venha a acrescentar no processo. O Ministério Público tem todo o direito de requerê-lo”, concluiu Asfora.
Para o promotor Alexandre Varandas, há dois momentos durante a conversa entre Marvin e Patrick no dia do assassinato que podem apresentar algum distúrbio mental. “Patrick diz ‘mas eu me convenci de uma coisa, eu sou um doente mesmo’ e Marvin dá uma resposta positiva sobre essa afirmação. Em outro momento, Marvin mostra que queria imaginar a cena, ‘você [Patrick] chegando pra matar. Kkkk’ (sic)”.
Marvin Correia se tornou réu no processo após a justiça paraibana aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público no dia 30 de novembro. Segundo o MPPB e a Polícia Civil, antes do assassinato da quarta vítima, Marvin teria dado “dicas” via Whatsapp a François Patrick Gouveia, suspeito confesso do crime.
Fonte: G1