Sem limites para o mau jornalismo

Blog Bucho Furado

Quando vimos casos como o da adolescente de Bayeux escancarado na TV Correio, dissemos a nós mesmos que “toda aquela turma tinha chegado ao limite”. Mas limite, para eles, é tão somente uma barreira que deve ser empurrada, ultrapassada e até mesmo desprezada.
Quem assistiu, sexta passada, às atuações de Emerson Machado junto com, para nossa decepção, Heron Cid e ao meio dia Samuka Duarte, os três praticamente batendo o martelo pela condenação do pai das duas crianças mortas, pode sentir um verdadeiro desrespeito ao que se conceitua “ser humano”. Tanto à pessoa do pai suspeito e não acusado como também a todos os envolvidos na situação. Se a justiça agisse com a mesma rapidez dos ditos “jornalistas”, nesta segunda eles estariam suspensos de exercer suas funções. Após a divulgação do laudo do IML do possível envenenamento das crianças e não mais o estupro espremido pelos nossos colegas da afiliada da Record, TV Correio, no sábado o sr. Samuel, ou seja, Samuka apareceu no vídeo todo sem graça tentando explicar o inexplicável praticado por ele e seus amigos na emissora. Lá veio ele com as já desgastadas desculpas de imprensa tem que divulgar, que imprensa isso, imprensa aquilo, mas como falar de imprensa sem ter conhecimento do que é ética, moral, decência? Ser da imprensa não significa falar da vida dos outros. Os fofoqueiros fazem isso muito bem.
Se houvesse um curso para Fofocalismo, nossos colegas estariam dando aula, já Jornalismo requer muito mais que simplesmente saber encarar um microfone ou uma câmera.
Para nossa felicidade ainda existem outros que podemos confiar e assistir aos seus posicionamentos, inclusive criticando, em suas aparições, essa imprensa que desce de ladeira abaixo sem freio e sem marcha. Não nos furtaremos a nomeá-los: Jonas Batista, Fábio Araújo, Washinton Luís, Alexandre Coronago, Lauro Lima, Vinicios Henriques, Nilvan Ferreira, Rubens Nóbrega e tantos outros que não usurpam das aflições alheias visando apenas proveito próprio. E para que nosso leitor saiba, corre na rádio peão que os familiares das duas meninas aguardavam que o repórter Mofi não estivesse no velório, pois poderiam reagir.
Pelo sim pelo não, quem viu a matéria na Correio notou quem fez a cobertura foi Harriane Arruda. Se desgraça alheia representa Ibope, Samuka, Heron, Mofi, Fabiano e todos os demais colegas podem ficar despreocupados que estarão sempre à frente nas pesquisas. Que possamos, nós da imprensa, refletir sobre tanto erros em cascata. Erros nos laudos dos hospitais, da Polícia e principalmente da falta de um fator básico para o bom jornalismo: a checagem de todas as informações antes de publicá-las. E mesmo ao publicá-las não vestir a toga de “juízes” da sociedade. Quem não lembra do caso da Escola de Base massacrada por causa de declarações precipitadas de um delegado e principalmente da imprensa seduzida pelo sensacionalismo? Quando a gente achava que já tinha visto o pior e aprendido com ele, descobre que ainda pode piorar. Mais revelações da rádio peão dão conta que mais processos estão a caminho da avenida Pedro II; endereço do Sistema Correio. Nós continuaremos de olho!!!