Manifestantes carregam bandeiras e faixas pedindo a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros
O domingo está sendo de protestos contra corrupção e de apoio à Operação Lava-Jato. Convocados pelas redes sociais, as manifestações ocorreram em várias capitais pela manhã, como Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Em Porto Alegre, uma manifestação está marcada para as 15h, no Parcão.
Além do apoio à Lava-Jato, manifestantes carregam bandeiras e faixas pedindo a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A aprovação do pacote de medidas contra a corrupção proposto pelo Ministério Público Federal também é uma das bandeiras. Integrantes dos atos repudiam as alterações feitas no projeto pelos deputados, que aprovaram o texto na madrugada de quarta-feira.
No Rio de Janeiro, manifestantes carregavam cartazes e faixas de apoio à Operação Lava Jato, ao juiz Sérgio Moro, ao Ministério Público e à Polícia Federal. Organizadores estimaram em 600 mil o número de presentes, enquanto agentes de segurança que acompanham o protesto calcularam extraoficialmente a adesão de até 400 mil. Figuravam entre os alvos do protesto o presidente do Senado, senador Renan Calheiros, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Todo o poder emana do povo. O povo brasileiro está reunido para dizer não aos corruptos, a esses incompetentes que enfiaram o Brasil nesse buraco sem fundo — bradou o humorista Marcelo Madureira, do alto do caminhão de som do movimento Vem pra Rua RJ.
Belo Horizonte, Fernando Pimentel é alvo
Cerca de 8 mil pessoas participam de protesto na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, contra as mudanças no projeto de lei das 10 medidas contra a corrupção. A estimativa do número de participantes é da organização do protesto, que tem à frente os movimentos Vem pra Rua e Patriotas. A Polícia Militar não fará cálculo do total de pessoas na praça, segundo informou a corporação.
As críticas dos manifestantes se concentram no presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), no da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ).Na capital mineira, porém, ao mesmo tempo em que protestavam contra as mudanças no projeto de lei, os organizadores do ato atacaram também o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), investigado por corrupção no âmbito da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Uma foto do governador foi atacada com lama. O mesmo ocorreu com a de Renan Calheiros, que estava ao lado.
Em Recife, ato com bonecos gigantes
Com a presença de bonecos gigantes, típicos do Carnaval pernambucano, o protesto organizado pelo grupo Vem Para a Rua reúne cerca de 800 pessoas na beira mar do bairro de Boa Viagem, zona Sul da cidade, segundo a organização. A porta-voz do movimento capital pernambucana, Maria Dulce, disse esperar a chegada de um número bem maior de manifestantes nas próximas horas.Muitos carregam faixas e cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro e à Operação Lava Jato e também com críticas a parlamentares pernambucanos que votaram a favor do que eles consideram o “fatiamento e desvirtuação” do pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal. Há também mensagens pedindo a renúncia de Renan Calheiros.Os manifestantes que participam do ato fizeram, há pouco, um minuto de silêncio em respeito às vítimas do acidente envolvendo a equipe da Chapecoense, profissionais da imprensa, tripulação e convidados.
Em São Paulo, manifestantes já começaram a protestar em Mogi das Cruzes, Indaiatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Rio Claro, Araçatuba, Campinas, Franca e Bauru.
O movimento Vem pra Rua, um dos organizadores dos atos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e que encabeça os protestos deste domingo, afirma que 237 cidades confirmaram manifestações no País.
A maior concentração de manifestantes deve ocorrer à tarde. Na capital paulista, o protesto estava agendado para as 14h, com a concentração começando em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista.
Fonte: zh