Governadores do Nordeste devem se reunir para debater ajuste de contas

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) confirmou participação na reunião, hoje, no Recife, com outros governadores do Nordeste, para discutir o ajuste de contas proposto pelo governo federal como contrapartida pelas concessões que o Planalto fará aos Estados. De acordo com Ricardo, a pauta também inclui o aumento de contribuição previdenciária paga pelos servidores públicos, autonomia dos Estados e medidas para cortar gastos no Executivo a fim de manter o equilíbrio financeiro. Ontem, o governador paraibano liberou o pagamento de precatórios da administração para 182 credores.

Os credores beneficiados fizeram acordos com a Procuradoria Geral do Estado, em relação às dívidas. Na oportunidade, Ricardo afirmou que a negociação que tem buscado com o governo federal tem caráter predominantemente político e acredita que os Estados têm que buscar a sua autonomia. “Não podemos ter medidas que venham de cima para baixo, impostas por quem quer que seja”, enfatizou o gestor socialista. Ele destacou que o Executivo estadual já vem cortando despesas desde 2011, o que garantiu à Paraíba um conforto financeiro maior em relação aos outros Estados do país. Ricardo também deseja discutir estratégias para lidar com a questão da Previdência, em que o déficit chega a R$ 1,1 bilhão por ano no Estado.

– Nós vamos continuar contendo gastos, mas temos que enfrentar a questão da Previdência, que é muito séria. O déficit equivale a mais que um canal Acauã-Araçagi por ano; é algo impagável porque a cada ano cresce 20%. Uma conta que não vai fechar nunca no Brasil”, explicou. O governador paraibano comentou a importância de negociar as necessidades do governo diretamente com o presidente Michel Temer. “Eu não vim governar para pagar a folha. Tenho que ampliar a rede hospitalar, qualificar a educação, implantar estradas em todas as regiões. Eu tenho que ter um compromisso muito mais amplo do que o pagamento da folha de pessoal. Acho que apenas começamos uma negociação e ela precisa ser feita com o presidente. É uma negociação política”.