O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) defendeu nesta segunda-feira (7) uma reforma política que estabeleça cláusula de barreiras para partidos políticos, o fim da reeleição para os cargos do Executivo — com mandato estendido para cinco anos — e o mantenha a proibição do financiamento privado de campanha, estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal. Nesses dois últimos itens (reeleição e financiamento eleitoral), diz Raimundo Lira, estariam as causas da corrupção.
— Temos que ser firmes na extinção da reeleição para presidente, para governadores e para prefeitos. Se, eventualmente, a experiência mostrar que um período administrativo de quatro anos é pequeno para se fazer o programa governamental, seja do prefeito, do governador ou do presidente, então poderemos chegar a um mandato de cinco anos sem reeleição. Mas isso não é fundamental. O fundamental, o determinante é a extinção, em caráter definitivo, da reeleição de governadores, de Presidente da República e de prefeitos.
Quanto ao financiamento das campanhas, Raimundo Lira manifestou-se contra a contribuição de empresas, mas favorável às contribuições individuais.
— Alguém poderá encontrar ainda defeitos nesse processo. Há, sim, defeitos, como o uso indevido de CPF – algumas pessoas poderão usar, de forma irregular, CPF de terceiros –, e alguém poderá falar em caixa dois. Mas tudo isso são apenas detalhes, que precisam ser corrigidos, melhorados e aperfeiçoados, e não que isso sirva de discurso para aqueles que defendem e que querem o retorno do financiamento empresarial de campanha.
Ele observou que, enquanto as eleições municipais de 2012 gastaram, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, R$ 6 bilhões — com contribuições empresariais — as atuais, sem essa possibilidade, gastaram menos de 50% disso, ou seja, menos de R$ 3 bilhões.
Raimundo Lira se disse contra o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais. Para ele, esse é um custo que não pode ser assumido somente pelo Estado.
— Também sou contra o financiamento público. Por quê? Porque uma democracia tem exatamente uma diferença [para com] um Estado totalitário: na democracia, você faz as coisas com as forças, com a inteligência, com os meios, com os instrumentos do país, da nação, da população, e não do Estado. O dinheiro público é para saúde, educação e segurança pública de forma predominante e, em muitos casos também, para infraestrutura do país.
A reforma política está na pauta do Plenário, reunida em duas propostas de emenda à Constituição (PEC 36/2016 e PEC 113A/2015, esta anexada à primeira).
Fonte: AGÊNCIA SENADO