2018

Discurso do prefeito do Recife pró-candidato próprio a presidente empolga aliados de Ricardo

ricardo coutinho masterOs socialistas paraibanos amanheceram radiantes depois que o prefeito do Recife (PE), Geraldo Júlio (PSB), deu entrevistas sinalizando com a defesa de candidatura própria do partido à Presidência da República, em 2018. O projeto de poder do partido foi descontinuado, em 2014, com a morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, então candidato ao cargo máximo do Executivo no país. Ele foi sucedido na disputa por Marina Silva, hoje na Rede, que terminou o pleito em terceiro lugar. Apesar de pouco provável, o nome do governador Ricardo Coutinho (PSB) é defendido na Paraíba para encabeçar o projeto.

Para Geraldo Júlio, o partido não pode ser peça na engrenagem eleitoral de nenhuma outra sigla, deve traçar projeto próprio, assim como o planejado anteriormente por Eduardo Campos. Ele lembra que o partido saiu fortalecido das eleições deste ano, com a eleição de mais de 400 prefeitos no país. O gestor também fez críticas à PEC 241, a Proposta de Emenda à Constituição que congela os gastos públicos por 20 anos, permitindo apenas a correção da inflação no período. Para o prefeito reeleito do Recife, isso prejudica os gastos com saúde, educação e infraestrutura, setores carentes principalmente nas cidades nordestinas.

Sentimento

O sentimento é compartilhado, em certa medida, por outras lideranças pernambucanas, o que tira o governador Ricardo Coutinho do isolamento entre os gestores contrários a uma composição mais efetiva com o governo federal. O partido, inclusive, integra a gestão do presidente Michel Temer (PMDB), com Fernando Bezerra Coelho ocupando o cargo de ministro das Minas e Energia. O nome dele, no entanto, não foi uma indicação do partido. O governador da Paraíba ficou isolado dentro da agremiação quando, neste ano, se posicionou e fez campanha contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Historicamente, os socialistas pernambucanos têm muita influência dentro do PSB e o movimento de Geraldo Júlio foi encarado por lideranças próximas ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, como uma tomada de posição contra uma aliança precoce do partido com lideranças de outras siglas. Um exemplo prático é a tentativa do vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), de atrair o partido para uma aliança com o governador Geraldo Alckmin, que disputa internamente com Aécio Neves a indicação do PSDB para a disputa do governo federal em 2018.

Apesar do projeto paraibano de lançar Ricardo Coutinho presidente da República ser, a preço de hoje, extremamente remoto, a saída do isolamento ideológico do partido já merece comemoração entre os socialistas do Estado. Até por que se o partido virar satélite do PSDB, em 2018, isso será muito ruim para a tentativa de eleger o sucessor do governador Ricardo Coutinho.

Fonte: Blog do Suetoni