investigação continua

Mais um suspeito de envolvimento na execução de jovem em padaria é preso

Mais um suspeito de envolvimento na morte do estudante Marcos Antônio Filho foi preso na quarta-feira (26) em João Pessoa. A prisão aconteceu em um loja no shopping popular Terceirão, no Centro da cidade, que é propriedade do suspeito. Segundo a polícia, ele foi um dos intermediários entre a suspeita de ser mandante do crime, a irmã de Marcos, Maria Celeste, e os executores do crime.

O jovem, que tinha 28 anos, foi baleado na cabeça no dia 4 de junho durante um assalto forjado à padaria que era gerenciada pela família dele, no bairro Jardim Luna, em João Pessoa. Dois homens armados entraram na padaria, renderam os funcionários e clientes, roubaram o dinheiro do caixa e a motocicleta da vítima que foi baleada e fugiram.
Segundo a polícia, a dupla que atirou em Marcos trabalhava para o suspeito preso na quarta-feira, roubando celulares e objetos que eram vendidos na loja do suspeito. A Polícia Civil aponta que ele é suspeito não apenas de associação ao crime, mas também de receptação de produtos roubados.

Esta foi a oitava prisão de suspeitos de envolvimento na morte de Marcos. As outras pessoas presas são a irmã da vítima, apontada como mandante do crime; a namorada dela, que sabia do plano e ajudou a acobertar a suspeita; os dois homens que teriam participado do assalto, incluindo o executor; um homem que seria um outro intermediário entre a suspeita e os executores; o dono do carro que foi emprestado à dupla que teria simulado o assalto ao estabelecimento; e um empresário de Bayeux, que seria o comprador dos bens da família, mas que foi liberado depois.

Jovem foi socorrido pelo Samu e levado para o Hospital de Trauma de João Pessoa em estado grave (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Investigação
Segundo o delegado Aldrovilli Grisi, que acompanhou as investigações, depois da morte do pai dos irmãos, quem passou a gerir o patrimônio da família, que mora em Bayeux, foi a irmã, uma vez que a vítima estudava e morava em Areia, no Agreste do estado. Durante a ausência do irmão, ela conseguiu vender um imóvel e um carro pertencente à família e ainda segundo Aldrovilli Grisi, teria falsificado a assinatura do irmão para poder vender um imóvel que estava no nome dele.

E, ainda de acordo com Aldrovilli Grisi, a morte do jovem foi encomendada pelo valor de R$ 13 mil, que a suspeita pretendia pagar após a execução. O delegado explicou que ela não tinha o dinheiro no momento do contrato. “Ela pretendia pagar os executores do irmão com o dinheiro dos bens do próprio irmão”, disse.

O caso, que inicialmente foi investigado pela Delegacia de Homicídios, passou para Roubos e Furtos porque havia a suspeita de que fosse um latrocínio. A mudança de rumo na investigação aconteceu após a polícia conseguir na Justiça a quebra de sigilo telefônico da vítima. Nos registros do celular da vítima, a polícia encontrou várias ligações do irmão para a suspeita onde ele questionava a venda do patrimônio, bem como a forma que ela havia conseguido para vender o imóvel dele. Depois disso, a polícia conseguiu a quebra do sigilo da suspeita e descobriu como se deu a negociação para a morte do jovem.

Grisi explicou que a suspeita não gostava de ser questionada e teve a ideia de executar o irmão para poder vender os imóveis e bens livremente e sustentar um padrão de vida alto que ela levava. O delegado relatou na coletiva que a suspeita sustentava duas namoradas, incluindo uma delas que foi presa, além de gastar muito em festas, viagens e compras em restaurantes e shoppings de João Pessoa e Recife. “Ela levava uma vida luxuosa e queria manter, e a forma que ela encontrou foi vendendo os bens da família”, falou.

Marcos Antônio Filho era estudante de Veterinária da UFPB, do campus de Areia, no Agreste paraibano, e deveria se formar em 2017. Ele também era praticante de jiu-jitsu e deixou um filho de sete anos.

Fonte: G1