reviravolta

Dirigente do IBOPE adverte que pesquisas devem ter cuidado: eleitor decidirá em cima da hora

ibope pesquisa

Aos 62 anos, Carlos Augusto Montenegro ainda é a cara do Ibope, o mais importante instituto de pesquisas do Brasil.

Embora afastado das funções executivas da empresa, o economista carioca está atento à inédita queda da contratação dos seus serviços – e de concorrentes – para as eleições 2016.

Nesta conversa com VEJA, Montenegro afirma que o eleitor vai decidir o voto nas últimas 48 horas antes da eleição:

Como a recessão e a proibição de doações empresariais estão afetando o mercado de pesquisas?

Os pedidos de pesquisas caíram mais de 50% este ano.

Partidos, candidatos avulsos e empresas em geral eram os nossos clientes preferenciais.

A sorte do Ibope é que 70% do nosso faturamento vem das medições de audiência que fazemos das TVs.

Outros institutos de pesquisa que não tenham levantamentos a fazer fora da política vão ter problemas certamente.

O desinteresse da população pelas eleições torna mais difícil o trabalho dos institutos de pesquisa?

Sim, mas como o voto é obrigatório facilita.

Acho que as pesquisas têm que tomar muito cuidado porque as 48 últimas horas nesta campanha serão cruciais. As pessoas vão decidir o voto em cima da hora.

A rejeição alta da classe política também torna ainda mais imprevisíveis os resultados?

Isso nem tanto porque todos estão sendo rejeitados.

Quando um deles é vaiado no Maracanã, a reação é para toda a classe política.

De fato, todos têm algum telhado de vidro hoje.

A internet superou a TV em uma campanha? Ainda não. A cultura de TV no Brasil ainda é muito forte.

As inserções durante a programação e a cobertura jornalística do dia dos candidatos nas emissoras ainda são fundamentais.