Provas

Em CPI, Efraim Filho apresenta provas de fraudes que levaram a Operação Greenfield

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Logo que foi instaurada, presidida pelo deputado Efraim Filho (DEM/PB), ninguém imaginava que a CPI dos fundos de pensão caminhava para uma operação policial de proporção grandiosa nunca vista antes neste país. 353 suspeitas de crimes e infrações administrativas entre pessoas e empresas foram enviadas ao Ministério Público.
Com cinco meses de trabalho onde parlamentares e consultores legislativos, investigadores da Polícia Federal e do Mistério Público se debruçaram sobre dados contábeis, denuncias e documentos administrativos, foram confirmados os esquemas de corrupção nos fundos da Caixa Econômica Federal (Funcef), dos Correios (o Postalis), da Petrobras (Petros) e do Banco do Brasil (Previ), que revoltaram aposentados e pensionistas. Os prejuízos apurados na ordem de R$ 113 bilhões, com a desvalorização de ativos dos quatro fundos de pensão no período de 2011 a 2015, foram repassados aos beneficiários. “Os prejuízos estão sendo pagos por quem investiu uma vida toda para ter uma aposentadoria tranquila e também a todos os contribuintes por meio do aumento da carga tributária, ” explicou Efraim Filho.
Durante a semana que passou vários jornais falaram da Operação Greenfield deflagrada na segunda feira (05) e a Folha de São Paulo, deste domingo (11) reforçou o protagonismo da Comissão Parlamentar de Inquérito.
“Desde o inicio dos trabalhos eu disse que o objetivo era saber quem desviou e para onde foram os recursos. Fico feliz em saber que a Operação Greenfield ganhou força com o nosso trabalho na CPI”, afirmou o parlamentar ao comentar a matéria da Folha que ressalta a troca de informações entre o legislativo e o judiciário.

Matéria da Folha de São Paulo deste domingo (11 de setembro de 2016)

Operação contra perda em fundos foi gestada em CPI
A Operação Greenfield, deflagrada na segunda-feira (5) para investigar supostos prejuízos em fundos de pensão de funcionários de empresas estatais, tem como cérebro o procurador da República em Brasília Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, que no ano passado trocava informações com técnicos da CPI dos Fundos de Pensão.
A CPI, que durou de agosto a dezembro do ano passado, apontou problemas em diversos FIPs (Fundos de Investimento em Participações) que receberam aportes de fundos de pensão, incluindo seis dos oito casos investigados pela Greenfield.
Os FIPs são instrumentos usados pelas empresas para arrecadar dinheiro para ampliação de atividades.
Durante os trabalhos da CPI, o procurador recolheu informações para a Greenfield, que começou a ganhar corpo no fim de 2014, quando ele abriu os primeiros procedimentos a partir de uma representação do PSDB.
Alguns policiais federais que hoje estão na operação também participaram das apurações da CPI, recebendo e fornecendo dados sobre fundos.
Para montar a Greenfield, Lopes recebeu apoio da PGR (Procuradoria-Geral da República), que, no final de junho, criou um grupo de trabalho específico para os fundos de pensão, formado por ele e mais dois colegas, Aldo de Campos Costa, do Tocantins, e Paulo Gomes Ferreira Filho, do Rio. Nos meses seguintes, mais quatro procuradores se juntaram ao grupo.
Após a criação do grupo de trabalho, os procuradores buscaram nos bastidores convencer a PF a entrar para valer na Greenfield para a fase ostensiva da investigação.
Os procuradores obtiveram o apoio da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, na figura da delegada da PF Rúbia Pinheiro, que passou a ter grande afinidade com os procuradores, a ponto de assinarem juntos diversas peças protocoladas na Justiça, o que é incomum.
Além disso, os investigadores se cercaram do apoio de especialistas em mercado financeiro e fundos de pensão, técnicos da Previc, autarquia vinculada ao Ministério da Previdência, e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
As ordens de prisão no caso Greenfield foram expedidas pela Justiça Federal em julho, mas a PF trabalhava com outras prioridades, como o risco de atentados nos Jogos do Rio, o que adiou a deflagração da operação.
Ao final foram mobilizados 560 policiais federais, nesse sentido, uma das maiores operações da história da PF.
Créditos: Redação com Ascom