Vem pesquisa por aí

Rubens Nóbrega

De hoje até domingo (23), o mundo e o submundo da política na Paraíba registrarão picos de alta ansiedade na expectativa da publicação dos resultados da primeira grande pesquisa pra valer sobre intenções de voto para prefeito da Capital.

A pesquisa, a ser publicada com exclusividade pelo Jornal da Paraíba, foi contratada pela Rede Paraíba de Comunicação ao hiper acreditado Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) e inclui avaliação de governos.

Fiquem certos que teremos uma fotografia em alta definição das possibilidades dos prováveis candidatos a prefeito de João Pessoa e, também, de como os entrevistados vêem e sentem os governos Ricardo Coutinho (Estado) e Luciano Agra (Capital).

Como diria o Professor Menezes, “haja Lexotan!”. Faz sentido. Vejam: se em condições normais de temperatura e pressão tanto governistas como oposicionistas andam à beira de um ataque de nervos, feito mulheres de Almodóvar, com essa pesquisa, então…

Além disso, a referência ao Lexotan é a mais óbvia também porque esse tranqüilizante seria o preferido da chamada classe política e o mais indicado para “tratar os distúrbios de ansiedade de uma forma geral”, conforme peguei no sítio psicosite.com.br.

A propósito de ansiedade, vale a pena dizer que o mesmo Psicosite a define como “sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no estômago (ou na espinha), opressão no peito, palpitações, transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, dentre várias outras”.

Devo dizer que conheço algumas que parecem conviver permanentemente com esse “sentimento de apreensão desagradável”, tão evidentes o mau humor, o ranço e por vezes o ódio indisfarçado com que se relaciona com os seus concidadãos.

Sendo assim, senhoras e senhores, preparem-se. Porque certamente a temperatura política da Paraíba vai subir uns dez graus após o JP publicar quem está hoje mais cotado para prefeito e qual a real cotação das ações de Ricardo e de Agra na bolsa da opinião pública.

Reações previsíveis

Desde agora dá pra dizer, contudo, que essa pesquisa desagradará a um dos lados dessa peleja. Como sói. Não faltará, entre aqueles que se sentirem ‘injustiçados’ pelos números, quem questione tanto os métodos da pesquisa como a própria credibilidade do Instituto contratado para realizá-la.

É sempre assim, desde que a Paraíba é a Paraíba. Mas, cá entre nós, posso garantir que esse Ipespe – pernambucano da melhor qualidade – veio para fazer a diferença em matéria de pesquisa política em nossa Pequenina.

Pelo que recebi de informação e assuntei sobre o Instituto, fiquei seguro de que esse pessoal age com extremada correção na aplicação dos seus questionários e no tratamento científico dos dados colhidos nas ruas. Não à toa o Ipespe tem 25 anos de estrada.

Pelo caminho, fez uma carteira de grandes clientes capaz de rivalizar com Ibope, Datalha, Vox Populi e outros desse tope.
Convenhamos: para um instituto de pesquisa de opinião fundado e radicado no Nordeste, é um feito e tanto.

Ah, e um detalhe mega importante: o Ipespe não vai ficar somente nessa pesquisa de domingo que vem. Segundo Guilherme Lima, o super da Rede Paraíba, serão 25 pesquisas na Capital e nas maiores cidades do Estado até as eleições de 2012.

 

LIVROS DE RAMALHO

Esse povo de Bananeiras é assim: quando faz, faz bem e muito. Daí por que não surpreende Ramalho Leite lançar logo dois livros de uma vez, como fará amanhã em João Pessoa, na Casa de José Américo (Cabo Branco), a partir das seis da tarde. Os livros são ‘Em Prosa & No Verso – Mais Histórias do Folclore Político da Paraíba’ e ‘O Vendedor de Calúnias’.

Segundo o irrepreensível William Costa, no primeiro título a leveza e a concisão de Ramalho Leite “andam de mãos dadas com o bom humor, em um passeio pelos campos da memória”, brindando os leitores “com crônicas saborosas, embebidas na verve do autor, um político que a literatura conseguiu resgatar e colocar entre seus melhores representantes paraibanos, no gênero”.

Já o ‘O Vendedor de Calúnias’ o próprio autor descreve como “documentário que envolve políticos e caluniadores e um marginal a serviço deles”. Desconfio que o ‘marginal’ citado venha a ser Alexandre Majero, doleiro que no segundo turno das eleições de 2002 denunciou à Procuradoria da República na Paraíba a existência da ‘Conexão Nordeste’, suposto esquema de lavagem de dinheiro do qual fariam parte ninguém menos que o então candidato a governador Cássio Cunha Lima (PSDB) e Fernando Catão, hoje presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Ano passado, Majero foi preso e entregou que tudo não passara de armação encomendada por adversários de Cássio e de outros expoentes políticos nordestinos, entre os quais a então governadora eleita do Rio Grande do Norte, Vilma Faria (PSB), e o à época líder pefelista na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE).