O pedido de adiamento ocorreu a pedido da defesa, porque o advogado Iarley Maia, que representa Mariana, está fora da Paraíba e não conseguirá chegar a tempo para a audiência. O adiamento ainda depende do juizado especial. O juiz titular é Hermance Gomes. Ele poderá designar um defensor público caso decida manter a data. Segundo Maia, a autora da denúncia está tranquila de que será inocentada. Na carta-denúncia que provocou a investigação impetrada pelo Vaticano, ela relatou que o arcebispo mantinha relação afetiva e sexual com um jovem de 18 anos. Além disso, permitia e encobria o relacionamento de padres e seminaristas com crianças e adolescentes.
Com base na denúncia, dom Aldo foi alvo de visitas canônicas, foi impedido de ordenar novos padres e, finalmente, em meio à apuração promovida a mando do papa Francisco, decidiu pedir o seu afastamento na semana passada. A última audiência, de conciliação, aconteceu no dia 19 de abril deste ano. O advogado de Mariana, Iarley Maia, se mostrou confiante de que sua cliente será inocentada.
“Ela foi muito pressionada, caluniada, difamada e até desrespeitada em sua honra. Colocaram em dúvida a sanidade mental dela. Foi preciso os exames de sanidade mental para comprovar que isso não existia”, relatou, acrescentando que sua cliente passou por toda a sistemática de exposição pública e tentativa de desmoralizar e descredibilizar sua imagem.
Carta sobre dom aldo
O advogado de Mariana ainda negou a tese de que ela teria negado as informações prestadas à Igreja. A fiel é ligada à Paróquia de São Rafael. Depois da denúncia formulada por ela, o Jornal da Paraíba fez uma grande cobertura jornalística mostrando todas as consequências da investigação para o clero paraibano. Na carta-renúncia, dom Aldo Pagotto reconheceu os erros por ter aceitado na Paraíba padres vindos de outros estados com denúncias de envolvimento com pedofilia. Ele alegou que seu erro foi “confiar demais”. Dom Aldo anunciou que vai deixar a Paraíba e deve se fixar no Ceará, onde fica a sua congregação. Depois de 12 anos na Arquidiocese da Paraíba, o religioso colecionou polêmicas e escândalos.