BASTIDORES

Governo e oposição trabalham para definir substituto de Eduardo Cunha

Palácio do Planalto estaria em busca de um "perfil confiável"

eduardo_cunha_coletiva_camara-1213566Apesar de negar envolvimento no pleito, Palácio do Planalto estaria em busca de um “perfil confiável” para a presidência da Câmara.Compartilhe e ganhe dinheiro. Clique e saiba como! Base aliada ainda não chegou a um consenso.

Após a renúncia de Eduardo Cunha na última quinta-feira (7), a Câmara dos Deputados se encontra finalmente livre para a escolha do sucessor do deputado. Diante do fato, governo e oposição estariam se articulando nos bastidores para definir substituto do peemedebista.

Planalto
Em declaração na noite da última sexta-feira (8), o ministro da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, tratou de informar que o Palácio do Planalto não se envolverá no pleito a fim de manter a base aliada coesa. Para ele, desde que o eleito seja alguém da ala governista, será possível haver diálogo.

No entanto, de acordo com apuração do Estadão, o governo estaria se movimentando nos bastidores a fim de chegar em um nome considerado confiável para ocupar a vaga de Eduardo Cunha. A preocupação faz sentido, já que a presidência da Câmara é considerada vital para que o Planalto consiga ter projetos importantes votados e aprovados na casa, como a proposta de reforma da Previdência. Além disso, a busca de um candidato que se encaixe nesse “perfil confiável” evitaria criar um clima semelhante ao ocorrido com Dilma Rousseff e Cunha, sobretudo porque o novo presidente terá que analisar pedidos de impeachment protocolados contra Temer na casa.

Candidatos
Neste momento, o Planalto estaria buscando alguém capaz de ser consenso entre seus aliados. Michel Temer já teria se encontrado com alguns possíveis candidatos, incluindo o atual presidente da Câmara, Waldir Maranhão. O secretário de governo da Presidência, Geddel Vieira Lima, estaria sendo o responsável por auxiliar o presidente interino nas negociações com os parlamentares.

Apesar do esforço do governo, a base aliada não estaria tão alinhada quanto se espera e ainda há muita especulação quanto a um consenso. Até o momento, segundo o Estadão, os principais nomes para representar a base aliada na votação seriam Beto Mansur (PRB-SP), Fernando Giacobo (PP-PR), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF). Ligado a Eduardo Cunha, Rosso sairia na frente por ser o preferido do “Centrão”, bloco formado por mais de 250 deputados, e também o candidato com maior simpatia do Palácio do Planalto.

Oposição
Outro nome considerado forte na lista é Rodrigo Maia, apesar de sua relação com o Planalto não ser a ideal, já que o deputado teria ficado insatisfeito ao não ser escolhido pelo governo como líder na Câmara. Curiosamente, Maia também estaria sendo cortejado pela ala oposicionista, em articulação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva para tentar quebrar a hegemonia de Cunha e seus apoiadores na presidência da casa. A ideia de Lula, segundo o Estadão, seria articular um bloco de oposição ao “Centrão”, possivelmente composto pelo PT e outros partidos oposicionistas, como PCdoB e PDT, em conjunto com antigos desafetos petistas: DEM, PSDB e PPS.

A proposta, no entanto, é mal vista por alguns integrantes da ala esquerdista, que estariam se recusando a apoiar o deputado democrata por ele ter votado a favor do impeachment e sempre ter sido opositor da gestão petista. Ao mesmo tempo, o PSDB já estaria de acordo com a candidatura de Rodrigo Maia, apesar de Aécio Neves também acenar para Temer que aceitaria não propor um candidato tucano em troca de apoio para a próxima eleição da casa, em 2017.