REVOLTANTE

COLETIVA: Mulher arquitetou morte do irmão por R$ 13 mil, não pagou executores e foi jurada de morte

coletiva policia civil

A Polícia divulgou detalhes em coletiva nesta terça-feira (28) e revelou que a irmã do universitário, morto em uma padaria no dia 04 de junho, em João Pessoa, iria pagar a quantia de R$ 13 mil para bandidos eliminarem alguns parentes dela, no entanto, o pagamento não foi efetuado.

Na coletiva, alguns dos criminosos chegaram a jurar a mandante do crime, Maria Celeste, de morte, tanto por não ter feito o pagamento acordado, quanto por não ter revelado que o alvo da execução se tratava do próprio irmão.

Os executores iriam receber o dinheiro após a venda da moto roubada no dia crime, e que foi recuperada posteriormente pela polícia, nas imediações do bairro São José, em João Pessoa. Como ela não conseguiu vender a moto, acabou dando “calote” nos executores.

De acordo com a delegada Júlia Magalhães, o crime foi mesmo motivado por causa de herança. Após a morte do pai, a mandate do crime começou a apresentar um comportamento diferente e deu início a dilapidação do patrimônio da família e também não queria que o irmão participasse da vida financeira do clã.

Para isso, segundo as investigações, Maria Celeste, mandante do crime, dopava a própria mãe, com remédios, para que ela não tivesse controle da situação. O irmão começou a desconfiar da “gastança” e fez várias cobranças a irmã, que o viu como um obstáculo a ser eliminado, e por isso efetuou o plano de execução.

“Sim, foi mesmo a Maria Celeste que encomendou a morte do irmão, temos toda a certeza. Foram mais de 20 dias de trabalhos ininterruptos, toda delegacia empenhada nesse caso, que chocou até mesmo a nós, que já temos mais de uma década atuando no ramo de investigação. Ontem nós cumprimos seis mandados de prisão, realizamos busca e apreensão na casa de vários suspeitos e tivemos um resultado exitoso de prender a mandante e os executores do crime. Além disso encontramos a arma utilizada na execução da vítima. O Ricardo, autor do disparo, confessa e aponta que foi mesmo a arma usada no dia do crime, mas a parte principal dessa investigação foi que a identificação dos autores foi concluída”, destacou a delegada.

A polícia só conseguiu chegar a irmã após quebrar o sigilo das mensagens trocadas entre os irmãos. Lá foi constatado que a mandate do crime estava sendo cobrada pelo irmão, que queria explicações sobre a dilapidação do patrimônio da família.

“O irmão percebeu e cobrou, ela viu o irmão como um obstáculo, e decidiu eliminá-lo”, lamentou a delegada.

Marcos Antônio Filho era estudante de Veterinária da UFPB, do campus de Areia, no Agreste paraibano, e deveria se formar no próximo ano. Ele também era praticante de jiu-jitsu e já tinha marcado o exame de faixa, para assumir a faixa preta. Ele deixou um filho de sete anos.

O Crime

A ação dos bandidos ocorreu no bairro Jardim Luna. A vítima, irmão da proprietária do estabelecimento, foi socorrida em estado grave.

Segundo informações da Polícia Militar, dois homens armados entraram na padaria, renderam os funcionários e clientes, roubaram o dinheiro do caixa e a motocicleta da vítima que foi baleada e fugiram. Toda ação foi registrada pelas câmeras do circuito interno de vigilância.

O jovem ferido estudava em Areia e vinha a João Pessoa nos fins de semana para ajudar no estabelecimento comercial da irmã.

Um dos padeiros do estabelecimento, que se identificou apenas como Araújo, relatou que os assaltantes atiraram no homem quando ele estava deitado no chão.

“O rapaz estava deitado no chão. Aí ele [o assaltante] disse ‘cadê a chave da moto?’, o rapaz deu. ‘A moto tem alarme ou não?’, o rapaz não chegou nem a responder, ele deu um tiro no chão e outro na cabeça do rapaz, na covardia”, detalhou o padeiro.

“Foi execução”, disse perito

Após os primeiros exames periciais, uma equipe do Instituto de Polícia Científica (IPC) concluiu que o tiro não havia sido acidental. Para o perito criminal responsável pela análise, Aldenir Lins, o crime tem características de execução.

Vida de luxo

Segundo levantamento da Polícia Civil, Maria Celeste é homossexual e teria um relacionamento amoroso com duas jovens, que trabalhavam para ela na padaria. Com o dinheiro da venda dos bens, a suspeita alugou uma casa no valor de R$ 2,5 mil onde promovia festas. Além disso, a jovem arcava com as despesas das namoradas, fazia viagens e mantinha uma vida de luxo.

Alvo dos executores seria ‘desconhecido’

Durante entrevista coletiva da Polícia Civil, em João Pessoa, as pessoas contratadas para matar Marcos Antônio revelaram que não conheciam o alvo e que praticaram o crime porque Maria Celeste disse que era um homem que estaria cobrando uma dívida a ela. Eles falaram que a suspeita de planejar o crime não revelou que a vítima era o próprio irmão. O grupo disse que, caso soubesse o grau de parentesco, não teria matado o jovem, mas a mandante.

Pagamento aos executores

Segundo a polícia, pela morte de Marcos Antônio, Maria Celeste revelou que pagaria R$ 13 mil. O valor combinado não foi pago e ela tentou repassar outra quantia menor que o preço combinado, mas o novo valor não foi aceito e ela começou a ser cobrada. Para a quitação da dívida, Celeste tentou retirar a moto do irmão apreendida pela polícia que seria vendida. Ao tentar retirar o veículo da Central de Polícia Civil em João Pessoa, ela foi presa e denunciada pelos comparsas.

Ainda conforme o delegado Aldrovili Grisi, Maria Celeste não tinha passagem pela polícia e permaneceu em silêncio durante todo o interrogatório.
Créditos: Portal Correio com Jornal da PB