Dentro da Polícia Federal, “cresce a crença de que, dadas as recentes ações e declarações impetuosas, Rodrigo Janot ensaia concorrer à Presidência em 2018”. A informação foi publicada em um curta nota neste domingo 19 pela jornalista Vera Magalhães, do Radar Online.
Depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff, em meio ao processo de impeachment, o procurador-geral da República já apresentou denúncias contra a cúpula do PMDB, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e também mirou contra o ex-presidente Lula.
Contra Aécio, há dois inquéritos envolvendo o tucano em um esquema de propina em Furnas e em uma suposta tentativa de influenciar a CPI dos Correios, de 2005, para ocultar dados que envolvessem nomes do mensalão tucano em Minas Gerais. Segundo acusações feitas pelo senador cassado Delcídio Amaral, o senador do PSDB teria atuado para maquiar documentos do Banco Rural.
O procurador-geral incluiu o ex-presidente Lula no inquérito que investiga Delcídio por supostamente ter tentado evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Trata-se de um aditamento à denúncia que já havia sido apresentada ao Supremo, em que Janot inclui, além de Lula, o empresário José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício.
Janot incluiu até Dilma em sua lista de pedidos. O PGR solicitou autorizou do STF para investigar uma suposta obstrução à Justiça por parte da presidente, de Lula e do ex-ministro José Eduardo Cardozo. O pedido também teve como base a delação premiada de Delcídio Amaral, que afirmou que Aloizio Mercadante lhe pediu para que não firmasse a delação ofereceu ajuda para pagar os advogados.
Nessa semana, o Supremo Tribunal Federal atendeu a um pedido de Janot e determinou a abertura de inquérito para investigar se integrantes da cúpula do PMDB no Senado receberam propina da construção da Usina de Belo Monte. São alvos o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador e ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (RR), além de Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Janot chegou a pedir a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan, Jucá e Sarney, mas não foi atendido.
Quando não sobrar mais ninguém, Janot poderá se apresentar ao Planalto? (BR 247)
Créditos: Magno Martins