ZICA

Brasileira grávida que pediu 'asilo' na Grã-Bretanha por medo da zika tem pedido negado e pode ser deportada

 

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Uma brasileira grávida que pediu extensão de seu visto no Reino Unido para depois do parto por causa da epidemia de zika no Brasil teve o pedido negado e pode ser deportada “em dias”.
A paulista Deiseane Santiago engravidou em janeiro, enquanto visitava seu noivo em Leicestershire, na Inglaterra, com um visto válido por cinco meses.
Mas, com medo da doença, que pode causar microcefalia e outras alterações cerebrais em bebês, ela pediu para permanecer no Reino Unido pelo menos até o parto.

Seu médico, do sistema público de saúde britânico, deu apoio à tentativa de Deiseane de permanecer na Inglaterra. Em uma carta enviada às autoridades de imigração do país, ele mencionou a recomendação feita pelo governo britânico para que mulheres grávidas não viajem para áreas afetadas pela zika.

Mas o Ministério do Interior do Reino Unido disse que o conselho era apenas para cidadãos britânicos.
Deiseane, que tem 22 anos e estudou administração, conheceu o britânico Simon Ellis pela internet há três anos e meio.
Ela viajou para a Inglaterra para visitá-lo em novembro e o casal ficou noivo há cerca de seis semanas.

O casal diz que a brasileira teve hiperêmese gravídica – quando os enjoos são muito fortes e não passam nos primeiros meses – durante a gravidez.

O casal mudou a data da volta dela para o Brasil para novembro, após o nascimento do bebê, e fez o pedido para a extensão do visto até esta data.
Mas na segunda-feira, Deiseane – agora com 25 semanas de gestação – foi informada de que o pedido foi negado e que ela pode ser detida e deportada nos próximos dias.

Uma carta do Departamento de Imigração reconheceu que mulheres grávidas são aconselhadas a não viajar para países com “transmissão ativa de zika”, mas disse que a recomendação “diz respeito a cidadãs britânicas viajando para países afetados”.

A Ministério do Interior alertou a brasileira de que ela pode ser deportada nos próximos três meses.

Simon Ellis disse que vai recorrer da decisão, que classificou como “racista e discriminatória”.
“O texto não diz ‘mulheres britânicas’, diz mulheres”, diz ele. “Então eles dizerem que é para mulheres britânicas… por que não escrevem isso na recomendação?”

“Isso me chateou. Em teoria, isso é ser racista.”

O Ministério do Interior ainda não comentou a decisão.

 

Fonte: TERRA