Manifestante pelos direitos das mulheres fala com o Polêmica Paraíba e comenta polêmica envolvendo letreiro pintado na orla da capital. Mirella Braga, que participa do grupo Mulheres Juristas pela Democracia, diz que não houve vandalismo e sim uma tentativa de descaraterizar o protesto.
Mirella, que também é professora universitária, ressaltou que o material utilizado visava preservar integridade do letreiro: “Era uma tinta guache infantil, atóxica e sai com água”, explica. O protesto queria chamar atenção para as tentativas da sociedade de procurarem um atenuante para casos de estupro, prática conhecida como “cultura do estupro”. A intervenção foi mal recebida pela sociedade e bastante criticada nas mídias sociais. Em menos de 20h a intervenção já foi apagada e o letreiro em homenagem a cidade de João Pessoa continua intacto.
“Quiseram descaracterizar o movimento com palavras de baixo calão”, conta Mirela. Os ataques não só tiveram como alvo o movimento feminista, mas as manifestantes. Mirella relata que algumas manifestantes receberam ameaças de estupro e ofensas pelas redes sociais.
Em algumas páginas no Facebook, as imagens das manifestantes foram compartilhadas e receberam ameaças e ataques. Os ataques virtuais denigrem honra e imagem e serão levados à justiça.
Está marcada para a próxima semana uma plenária para avaliar a repercussão da última manifestação e decidir sobre as próximas ações. “Lamento profundamente a tempestade que foi feita em cima disso. Ali [o letreiro] é um espaço público, com visibilidade e levamos uma discussão para debater com a sociedade”.
Criminalmente
O artigo que trata do crime contra o patrimônio público especifica que para ser considerado crime é preciso “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia”. Como o letreiro continua em pleno funcionamento e inteiro, a intervenção não se adequaria ao crime.
Fonte: Polêmica Paraíba