Os médicos lavam as mãos

Rubens Nóbrega

Depois de assistirem à maioria governista na Assembleiadar respaldo legal à terceirização de serviços desaúde do Estado, algo que consideram imoral, para muitoalém do ilegal…

Depois de receberem notícias de que o governo estariaprecarizando serviços da maior relevância como o fornecimentode medicamentos excepcionais e a captaçãode órgãos para transplante…

Depois de constatarem que o Sus estaria fi cando como ônus mais pesado dos procedimentos contratados a superabonadas (com dinheiro público) organizações sociaiscomo a ‘Cruz Vermelha’…

Depois de confi rmarem que o governo federal estariase omitindo na fi scalizaçãoe controle dasverbas da saúde destinadasa Estados e municípios…

Depois de concluíremque todo o prejuízo,riscos e mortes decorrentesdo caos nasaúde pública poderãoser debitados na conta deles e dos demais profi ssionaisdo setor…

Um grupo independente de médicos paraibanos resolveuconvocar a categoria para um protesto diferenteno próximo dia 18, Dia do Médico.

Se vingar a ideia, der certo a mobilização e um bomnúmero de colegas aderir, haverá o ato intitulado ‘Os médicoslavam as mãos’ na Praça João Pessoa, a Praça dosTrês Poderes da capital paraibana.

Vai ter bacia com água, sabonete e toalha… Mas nãopensem que é para simbolizar os cuidados higiênicos exigíveisde quem pratica Medicina com responsabilidade erespeito aos pacientes.

Será meio de mostrar ao povo que médico não podenem deve ser responsabilizado pelo que estão fazendocom as verbas e os serviços de saúde na Paraíba.

“O povo precisa entender que continuar elegendo sucessivosgovernos como esses que temos só piora o quejá é muito ruim”, disse-me ontem um dos organizadoresdo movimento, arrematando:

– Médico não faz milagre nem pode ser demonizadose não salvar quem atende; afi nal, dependemos antes detudo das condições de trabalho quase sempre oferecidaspor gestores corruptos, gananciosos ou, simplesmente,incompetentes.

HT: APROVAÇÃO MAQUIADA?

Do amigo Vau, que começa a sua mensagem parafraseando o escritor francês André Gide(1869/1951): “Todas as coisas já foram escritas.Mas, como alguns poucos lêem, é preciso reescrevê-las”.

Disse assim para dizer que não existe “coisa mais ridícula do que a manchete principal do encarte sobre o Hospital de Trauma que saiu semana passada em todos os jornais da Paraíba”, sob o título“Gestão Pactuada tem 85% de aprovação dos usuários”.

Vau acredita que essa aprovação deve ter resultadodo mesmo cálculo que o governo estaria fazendo para manter o gasto com pessoal do Estado acima do limite permitido em lei, só para não darem 2011 os reajustes prometidos aos servidores.

Segundo ele, “quem padece num leito hospitalar já é paciente por natureza!”. E complementa:“Quem poderia julgar seriam seus familiares, as pessoas que, de fora, estariam sob condição emocional de emitir um depoimento, um parecer, decomo aquele paciente está sendo tratado!”.

DAL NÃO DÁ MOLE PRO SANTA

Acompanhando os bastidores da disputa entre Treze e Santa Cruz, o alvinegro Dal leu na quinta (6)uma notícia que o deixou espantado. Tanto que memandou o comentário que reproduzo a seguir.

Rubão, a diretoria do Santa Cruz informou que nesta sexta se reuniria com o comando da Polícia Militar da Paraíba para definir a segurança dos torcedores corais em Campina Grande.

Não sei se você lembra o que essa mesma torcida fez lá mesmo em Campina nos jogos contra o Campinense. Bateu até na Polícia. Diante disso, uma pergunta que não quer calar:- Será que o Eduardo Campos ligou para o seu subordinado daqui para ordenar que a Polícia da Paraíba fique à disposição dos pernambucanos no próximo domingo? Será que até no futebol vamos passar esse vexame?

Sei que o torcedor campinense é valente e nãovai deixar espaço para essa turba que vem do Recife.

AQUELA FORÇA DA MARIA

Recebi anteontem uma injeção de ânimo com energizanteda amiga Maria Maria. Pessoas como ela fazem isso aquivaler muito a pena. Confiram:

– Rubão, li sua coluna hoje (sexta, 7) e percebi sua falta deânimo, por sinal, imensa. Não desanime, sei que a sensaçãode incapacidade subtrai a vontade, mas é bem melhor quehaja poucos que bradem o que pensam em vez de nenhum.

É bem melhor mesmo em meio ao desânimo ser altivo e ativoque subserviente e passivo.