O machismo e a “cultura do estupro” foram debatidos em painel realizado na noite desta terça-feira, 31, no programa Master News, da TV Master, com sete convidadas de diferentes áreas de atuação profissional, mas que concordam que vivemos em um contexto difícil e carente de mudanças, as debatedoras falaram bastante sobre a participação da família na mudança de pensamento da sociedade.
Adriana Urquiza, que é secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, disse que existe muita exigência para que as mulheres se vistam e se comportem de determinada maneira desde a infância. “Isso tem a ver com a educação, sim, e temos que mudar essa forma de ver o mundo”, destacou.
Anadilza Paiva, representante do Coletivo Feminista Cunhã, disse que as pessoas têm direito de se relacionar como e com quem quiser, “o problema é quando e mulher não permite e acontece uma invasão, isso é estupro, é posse, o estupro se trata de querer dominar a mulher”, explicou.
A socióloga Mayrinne Meira disse que os meninos também devem ser educados desde cedo para não serem machistas, “muitas vezes a psicologa explica sobre o trato com as meninas, na escola, e os meninos são levados para a quadra, enquanto a conversa acontece apenas com elas, mas isso tem que ir mudando e convidar todos para conversar sobre menarca, sobre equidade de gênero, deve ser um assunto nas escolas e em casa também, é importante que as pessoas analisem o que é publicado nas mídias sociais e o que isso tem de influência em nós”, disse.
A delegada Renata Matias destacou que existe uma culpabilização da vítima, “existe uma diferença entre o não de um homem e o não de uma mulher, porque a maioria dos homens vai insistir várias e várias vezes, chegando a cometer abusos”, advertiu.
A advogada Katielle Marques disse que as mulheres não agem para agradar os homens o tempo todo e as pessoas devem entender que uma mulher pode usar a roupa que ela quiser e isso não significa que o caminho está livre para abordagens e assédios. “As mulheres se vestem e se arrumam para si mesmas e quando estão em público sofrem assédio porque os homens não entendem que ela está no local para se divertir, as mulheres hoje têm medo de sair de casa, de pegar um ônibus, de andar na rua, de chegar em casa e correr o risco de sofrer agressão, por isso, existem as leis, para garantir que o respeito exista”, relatou.
A deputada Daniela Ribeiro parabenizou a iniciativa do programa e destacou a necessidade de continuar debatendo o assunto porque o estupro da adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro é um marco e disse que “temos números muito altos, de acordo com o Jornal Correio da Paraíba, aqui no estado acontece um estupro a cada 40 horas e isso precisa ser um tema constante de conversas e combate”.
Já Aline Rodrigues destacou a importância de cuidar das vítimas e respeitar sua dor, entender a dificuldade que a mulher tem para denunciar uma violência e o quanto é violento criticar a vítima dizendo que ela facilitou a agressão ou estupro.
Acontecerá manifestação contra o machismo e a favor das mulheres no Busto de Tamandaré, nesta quarta-feira, 01, a partir das 18 horas.
Créditos: Polêmica Paraíba