Polarização em Campina
Das cinco eleições para prefeito em Campina Grande dos últimos 20 anos, só em 2012
houve perspectivas para uma 3ª via. A deputada Daniella Ribeiro (PP) começou
liderando as pesquisas, mas não chegou ao 2° turno, disputado entre PMDB e PSDB
como vem se repetindo desde 2004, quando Veneziano Vital do Rêgo incorporou a
oposição ao grupo Cunha Lima.
Antes, o opositor dos Cunha Lima era o ex-prefeito Enivaldo Ribeiro, pai da deputada
Daniella, que enfrentou e perdeu para Cássio em 1996 e 2000. Na primeira
disputa ainda houve um certo equilíbrio (48,3% contra 42,88% dos votos), mas na
segunda o tucano foi reeleito com 71,35% contra 21,36% do hoje presidente do PP
paraibano, e apenas 7,29% do terceiro candidato, o agora ministro Vital do Rêgo
(TCU).
Em 2004, Cássio apresenta Rômulo Gouveia para enfrentar Cozete Barbosa (PT), que
era sua vice-prefeita e após assumir quis a reeleição. Foi quando seu
ex-partido, o PMDB, lançou Veneziano, estabelecendo a polarização. Ele derrotou
o tucano no 2° turno por apenas 791 votos. Foram 101.900 a 101.109 votos.
Em 2008, Veneziano e Rômulo voltaram a se enfrentar com o mesmo equilíbrio de forças:
51,52% a 48,48%. Em 2012, quando o peemedebista apresentou a médica Tatiana
Medeiros para sucedê-lo, a favorita para enfrentar o candidato de Cássio no 2°
turno era Daniella Ribeiro, mas não resistiu ao fascínio dos adversários. E a
final foi outra vez entre PMDB e PSDB, com vitória de Romero Rodrigues.
Neste 2016, a polarização está novamente em alta. Em qualquer roda, as apostas
envolvem o prefeito Romero Rodrigues e o ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo,
embora a lista de pré-candidatos tenha nomes como o dos deputados Adriano
Galdino (PSB) e Daniella Ribeiro (PP), Artur Bolinha (PPS) e Davi Lobão (PSOL).
Não foi sem razão que o governador Ricardo Coutinho, que patrocina Adriano Galdino,
atacou os “caciques” da política de Campina, defendendo que a cidade precisa de
uma nova liderança. Seu candidato fala em derrotar as “oligarquias” que têm
dominado a cidade, que são as mesma que estiveram com o PSB nas disputas estaduais
de 2010 e 2014.
Se não encontrarem a receita mágica para quebrar a polarização, os concorrentes de
Romero e Veneziano serão, de novo, simples figurantes.
COLUNA DE LENA GUIMARÃES DESTE DOMINGO NO PORTAL CORREIO
Fonte: Portalcorreio
Créditos: Lena Guimarães