RESPOSTA

Editora do Correio nega censura: 'Coluna de cultura trata de cultura'

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Em resposta às denúncias feitas pelo colunista Lúcio Vilar, a editora do Correio da Paraíba, Sony Lacerda, afirmou que o jornalista tinha conhecimento de que as colunas de cultura deveriam se ater ao tema.

Em conversa com a redação do Polêmica Paraíba, Sony negou censura por parte do jornal e disse que o conteúdo da coluna de Lúcio Vilar não estava de acordo com o propósito da seção. “Coluna de cultura, trata sobre cultura. Todos os colunistas foram avisados”, explica Sony.

Entenda

O jornalista e professor dr. Lúcio Vilar (UFPB), que assina há cerca de 15 anos no Correio da Paraíba coluna semanal intitulada “Caleidoscópio Midiático”, foi surpreendido na tarde de ontem com email do Chefe de Redação do referido jornal, comunicando que sua coluna havia sido retirada da página (já diagramada).

Em resposta, o jornalista Lúcio Vilar reiterou:

“Portador não merece pancada, bem sei disso, mas não sejamos ingênuos; esse comunicado tem outro nome: censura. Até porque não recebi nenhum comunicado anterior da Editoria Geral de que não poderia falar de política. Aliás, conceber jornalismo cultural dissociado da política é um equívoco completo, sem falar do fato de que uma coluna é sempre a expressão última da opinião do colunista. No mais, para desmistificar, basta filtrar o colunismo social e rastrear os resíduos da política provinciana entranhados em palavras, gestos, caras, bocas e fotos…

Enfim, mas ‘isso não vem o caso’ como diria o juiz Sérgio Moro, né verdade? Só tenho a lamentar pela postura e, sobretudo, agradecer à empresa por esse espaço compartilhado durante todos esses anos em que não me pautei por um único tema, até porque os leitores não suportariam. Vida que segue.
Saudações democráticas a todos”.

Segue, abaixo, coluna na íntegra, que o Polêmica Paraíba publica em primeira mão:

Deu no New York Times
Fundado em 1851, o The New York Times é considerado ainda hoje o mais influente jornal dos Estados Unidos com ressonâncias planetárias, dada sua tradição de credibilidade que lhe conferiu lugar especial na história do jornalismo contemporâneo. Ao veículo críticas podem ser imputadas, menos de que tenha tido em algum momento de sua trajetória posicionamentos editoriais à esquerda. Quem derrubou Nixon, por exemplo, não foi o NYT, mas o Washington Post.

Pois é, dito isso, vamos ao que interessa: além dos igualmente relevantes jornais e veículos The Guardian (Inglaterra), El País(Espanha), CNN (EUA) e Der Spiegel (Alemanha), o NYT condenou, em editorial, o ‘golpe de abril’ transmitido em rede nacional no último domingo.

“Dilma, que foi reeleita em 2014 por quatro anos, está sendo responsabilizada pela crise econômica do país e pelas revelações das investigações de corrupção que envolve a classe política brasileira”, disse o jornal que já havia reiterado em matéria anterior a conduta de honestidade da presidenta da República.

Já o britânico The Guardian estampou: “Congresso hostil e manchado por corrupção”, enquanto o espanhol El País reforçou: “Deus derruba a presidente do Brasil”, citando os deputados que justificaram o voto pelo impeachment com argumentos de cunho religioso.

O espetáculo dantesco de pornografia política explícita – em nome de Deus e de torturadores – envergonhou o Brasil perante o mundo. Agora, somos a nova “república bananeira”.

Quem vai pagar por isso?!…

Fonte: Polêmica Paraíba