Delação do empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, descreve que total a ser pago para presidente da Câmara por empresas relacionadas às obras do Porto Maravilha, no fim do acerto, seria de 1,5% do montante equivalente aos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac)
O empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, detalhou, em delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República, um acerto de propina que totalizaria R$ 52 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Empresas relacionadas às obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, seriam as responsáveis pelo pagamento.
Conforme uma tabela apresentada por Pernambuco, foram 22 depósitos somando US$ 4.680.297,05 que teriam sido pagos a Cunha no período entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014. O total a ser pago no fim do acerto seria de 1,5% do montante equivalente aos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac).
No depoimento, ele descreve reunião com o peemedebista no Hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro. “O depoente não estava presente, mas seu pai e um executivo da Carioca de nome Marcelo Macedo estiveram presentes a esta reunião; que após esta reunião, o depoente foi chamado pelo seu pai; que seu pai lhe comunicou que Léo Pinheiro, da OAS, e Benedicto Junior, da Odebrecht, na reunião do Hotel Sofitel, comunicaram que havia uma solicitação e um ‘compromisso’ com o deputado Eduardo Cunha, em razão da aquisição, pela FI-FGTS, da totalidade das CEPAC’s”, disse, de acordo com o Blog do Fausto Macedo.
O empreiteiro diz “que o valor destinado a Eduardo Cunha seria de 1,5% do valor total das Cepac’s, o que daria em tomo de R$ 52 milhões devidos pelo consórcio, sendo R$ 13 milhões a cota parte da Carioca; que este valor deveria ser pago a Eduardo Cunha em 36 parcelas mensais; que seu pai disse ao depoente que cada uma das empresas ‘assumiria’ a sua parte diretamente com Eduardo Cunha”.
Pernambuco contou ainda que, por uma ou duas vezes, as contas no exterior eram enviadas por Cunha para ele em envelopes sigilosos, e também para a filial da Carioca em São Paulo, com “dados da conta e códigos de transferência”.
Fonte: Revista Fórum