CENSURA

Cunha proíbe manifestações de servidores na Câmara e é criticado

Cunha proíbe manifestações de servidores na Câmara e é criticado

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mandou a diretoria-geral da Casa enviar na noite desta terça-feira (5) e-mail a todos os funcionários frisando serem proibidas manifestações “de apreço ou desapreço” nas dependências da Câmara.

A medida tem o objetivo de coibir a participação de assessores de gabinete e de outros servidores em atos como o que tentou barrar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de apresentar seu pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, na semana passada.

A nota diz que as manifestações são livres desde que feitas fora das dependências da Câmara e do expediente de trabalho.

Aliados de Cunha, como o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), têm reclamado reiteradamente de manifestações silenciosas (com a exibição de cartazes) contra o impeachment durante as reuniões da comissão especial que analisa o caso.

Deputados de esquerda defendem a participação de servidores e dizem que as reclamações contra a prática têm um viés de censura.

A nota de diretoria-geral causou reação majoritariamente contrária de servidores na intranet da Câmara. “Há mais de 30 anos da ditadura militar, a liberdade de expressão ainda incomoda”, escreveu um. Outro postou mensagem afirmando nunca ter visto tentativa de intimidação parecida na Casa.

Fonte: FOLHA