Rubens Nóbrega
Iniciei ontem – e dou por concluída hoje, por enquanto – a Lista dos Inimigos do Rei, ou seja, a relação daqueles que entraram para o Índex ricardiano porque de algum modo se colocaram feito pedra no caminho das vontades e vaidades do atual governante da Paraíba e seus seguidores mais fanáticos.
Procurei nessas duas edições não incluir expoentes políticos adversários do governador, óbvios componentes do Index Maledictus Prohibitorium criado e atualizado constantemente por um regime movido pela arrogância com que trata os governados e pelo ódio com que afronta e confronta os opositores.
Confiram abaixo os indexados de hoje, aos quais podem ser incorporados outros dos quais não lembrei. Antes, esclareço que os citados não estão no Índex por vontade própria nem porque pediram ao colunista, mas porque devem ter sido considerados inimigos da nova ordem a partir de quando disseram alguma palavra, fizeram algum gesto ou tomaram alguma atitude do desagrado do soberano da vez.
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Amadeu Robson – Auditor Fiscal do Estado, autor do belíssimo manifesto intitulado ‘Minha empresa, minha família’, no qual se dirige ao governador para dizer, entre outras tiradas geniais, que a sua empresa-família sobrevive há 32 anos do serviço que presta ao Estado, mas vem passando por sérias dificuldades na atual administração e “não tem outra fonte de renda” nem “terrenos para negociar com grandes empresários”. Além do quê, não é como aquela empresa que sustenta o governador de tudo do bom e do melhor, aí incluídas fabulosas mordomias.
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Estudantes do IEP – Estão no Índex do Ricardo I porque no começo de abril deste ano protestaram na rua contra a exoneração da diretora eleita (com mais de 87% dos votos) do Instituto de Educação da Paraíba, Ivanilda Carvalho, e ainda tiveram a petulância de não agüentar calados o refresco de pimenta que lhes jogou na cara a tropa da PM encarregada de reprimir a manifestação.
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Luiz Nascimento – Diretor do Fantástico, da Rede Globo de Televisão, que mostrou a todo o Brasil e ao resto do mundo que a merenda das escolas municipais da Capital da Paraíba estava sendo munguzarizada pela SP Alimentação, embora tenha sido terceirizada pela Prefeitura da Capital no tempo em que Sua Majestade estadual era ‘apenas’ Sua Alteza municipal.
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Márcio Acioly – Juiz do TRE-PB, no último dia 13 abriu fundamentada divergência do voto do relator do Caso Maranata e foi acompanhado por seus colegas Miguel de Brito Lira e Newton Vita, fazendo com que o prefeito Veneziano Vital, de Campina Grande, virtual adversário do Ricardo I em 2014, fosse absolvido por 3 a 1 de cassação a que havia sido condenado no primeiro grau.
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Rômulo Soares – Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), é outro alvo preferencial da mira e da ira do Ricardo I por ter cometido a ousadia de discordar do famoso troca-troca de terrenos e ajuizado ações na Justiça contra o negócio que é uma das duas grandes realização do atual governo. A outra é a terceirização do Trauma à ‘Cruz Vermelha’.
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Ronald Farias – Um dos mais brilhantes neurocirurgiões da Paraíba, respeitado e reconhecido regional e nacionalmente, entrou para o rol dos proscritos depois que denunciou a substituição de craniótomos por furadeiras em cirurgias no Hospital de Trauma da Capital que o Ricardo I terceirizou a médicos da Baixada Fluminense (RJ), pagando-lhe R$ 7,3 milhões por mês.
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Umberto Porto – Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), oriundo da auditoria do órgão, que concedeu medida cautelar para sustar o troca-troca de terrenos entre o governador Ricardo Santiago, digo, Ricardo Coutinho, e o dono do Manaíra Shopping, homenageado pelo governo com uma lei sob medida que lhe dá foros de donatário de um terreno público avaliado em R$ 21 milhões.
Indianos devem ter gostado
A expedição do Ricardo I a Cuba tem tudo para repetir o sucesso do Cássio II no Tartaristão. É o que se pode deduzir de matéria publicada ontem em A União sob o título ‘Missão em Cuba gera expectativa de negócios de US$ 5,5 milhões’.
Nela, chama a atenção o seguinte trecho: “O empresário Darci Dantas, da Vijai (multinacional de origem indiana), contou que os cubanos ficaram entusiasmados com os equipamentos, pois além de não serem fabricados na América Latina [sic], possuem um preço abaixo do que eles esperavam”.
Quer dizer, então, que Sua Majestade foi a Cuba promover produtos estrangeiros e o contribuinte paraibano bancou mais essa? É, pelo visto, como diriam lá em Bananeiras, estamos literalmente ‘pebados’.