A Polícia Federal investiga uma reforma do Instituto Lula. O caso foi revelado por reportagem de ÉPOCA. Como mostrou ÉPOCA, a instituição tentou regularizar reforma na Prefeitura de São Paulopor três vezes, mas viu o pedido ser reprovado sucessivamente. O arquiteto responsável pelas tentativas é ex-secretário e ainda é funcionário da gestão de Fernando Haddad (PT).
De acordo com relatório policial enviado ao juiz federal Sérgio Moro, “há indícios de que funcionários da Subprefeitura do Ipiranga, vinculada à Prefeitura de São Paulo, estejam se prontificando a ocultar irregularidades relacionadas ao Instituto Lula”.
ÉPOCA revelou que o arquiteto Paulo Giaquinto, ex-secretário de Licenciamento e de Habitação de Haddad e hoje Superintendente da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB-SP), tinha sido responsável pelas tentativas de regularização da reforma do Instituto Lula. Em entrevista a ÉPOCA, ele falou que a sede do instituto passou por uma reforma em que houve “ampliação da garagem, porque foi feito um auditório, e mais alguns acertos”.
Giaquinto disse ainda que trabalhou de graça em 2011 e 2012 para Lula, mas admitiu que recebeu pelo menos R$ 40 mil da construtora Odebrecht em 2013. Mas ele alegou que os pagamentos da construtora foram remuneração por serviços feitos para o Estádio de Itaquera. A Polícia Federal ainda investiga se há ligação entre os pagamentos da Odebrecht e a reforma do Instituto Lula.
Durante o monitoramento telefônico de funcionários do Instituto Lula, os policiais ouviram uma ligação em que apareceram indícios de favorecimento à instituição na administração municipal. Asubprefeita Edna Diva Miani Santos ligou a funcionários da instituição para oferecer ajuda a “regularizar e sanar pendências que se arrastam há anos na Subprefeitura do Ipiranga”. A conversa chamou a atenção dos investigadores.
“Pelo conteúdo da ligação, sugere-se que Edna esteja tentando ocultar essas irregularidades das autoridades e da imprensa”, diz o relatório.
Antes da reportagem de ÉPOCA, a polícia já tinha indícios de que houve uma reforma no local. Em uma planilha apreendida em um computador da Odebrecht, investigadores acharam uma anotação que apontava o repasse de R$ 12,4 milhões para um beneficiário identificado apenas pela sigla “IL”. Na interpretação dos analistas, “IL” significava Instituto Lula.
Fonte: Revista Época