O anúncio do nome do novo ministro da Justiça, o subprocurador da República Eugênio Aragão, de 56 anos, trouxe preocupação há muitos e logo começaram a surgir “velhas denúncias” contra o mesmo em uma tentativa de mostrar que seu objetivo é, controlar o Departamento de Polícia Federal (DPF) para paralisar as investigações da Operação Lava Jato.
Nos bastidores, como sabem que um ministro da Justiça não tem poderes administrativos, judiciais ou mesmo político para tamanha façanha, a luta é para evitar o controle do DPF que, no entendimento de muitos, ficou solto nestes anos de governo de Dilma Rousseff.
Aragão é ligadíssimo a Rodrigo Janot e certamente não jogará contra o procurador-geral. Sem falar que, como vice-procurador eleitoral, no TSE, foi contra a tese da defesa da presidente Dilma de que provas emprestadas da Lava Jato não poderiam ser usadas no processo reaberto para analisar as contas de campanha dela. Opinou favoravelmente justamente na ação que a oposição vê como uma das chances de retirá-la, junto com o vice Michel Temer, das cadeiras que ocupam.
O que realmente deve preocupar a Polícia Federal é que o passado de Aragão mostra um posicionamento firme na defesa dos direitos do cidadão, do principio do processo legal e, obviamente, contra os vazamentos que a polícia e também seus colegas da Procuradoria praticaram e continuam a praticar. Ele próprio foi vitima deles. Também por causa de ter buscado medidas para conter os vazamentos de documentos obtidos em Nova Iorque, virou alvo de uma representação assinada pelos delegados Luis Flávio Zampronha e Erika Mialik Marena. Esta última, hoje, além de ser uma das chefes na Operação Lava Jato é também representante da ADPF em Curitiba.
Érika é citada como uma das estrategistas dos vazamentos na Operação Lava Jato em um depoimento ouvido pela delegada Tânia Fogaça, da Corregedoria Geral do DPF em Brasília, no Inquérito Policial 737/2015. Na ocasião, lhe foi relatada a prática do vazamento de informações para a imprensa, como forma de blindar a Operação Lava Jato. A tática de vazamento visa atrair atenção da mídia e da opinião publica, e a partir dai evitar q se abafe a investigação.
Ao se tornar público detalhes da investigação, cria-se constrangimento ao governo e evita-se assim pressões políticas e/ou administrativas. Nesse depoimento explicaram que a delegada Érika foi uma das que importou esta estratégia do trabalho na Operação Satiagraha. Mas a tática do vazamento, como lembra o subprocurador Aragão, também foi usada na Operação do Banestado em que ela teve papel importante, tanto que assinou com o chefe a representação contra o então procurador da República. Também consta do depoimento o relacionamento próximo dela como o repórter Mario Sérgio de Carvalho, da Folha de S. Paulo. Uma relação profissional iniciada na Operação Satiagraha, em São Paulo. Com frequência, ele foi visto e chegou a ser filmado saindo das sala da delegada, no início da Lava Jato, segundo relataram à delegada Tânia.
Fonte: GGN
Créditos: Marcelo Auler