Uma reportagem do Fantástico, deste domingo (25), denunciou problemas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em sete estados do país. Na Paraíba, o programa flagrou ambulâncias novas paradas que nunca foram utilizadas para prestar atendimento à população. Em algumas cidades elas estavam escondidas. O secretário de Saúde do estado, Waldson de Souza, admitiu que a Paraíba tem 90 ambulâncias que estão paradas há mais de um ano e culpou o governo passado pelo problema.
A Paraíba foi um estados que mais receberam ambulâncias do Samu no ano passado: 160. A equipe do Fantástico percorreu mais de 500 quilômetros à procura desses veículos novos. Na cidade de Juripiranga, de dez mil habitantes, a equipe de reportagem pediu autorização para entrar em uma casam e localizou uma ambulância escondida do outro lado do muro.
Confira o áudio:
[audio:http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/site/wp-content/uploads/2011/09/MATERIA-SAMU-26-9-11.mp3]Já em Sapé, a equipe tentou encontrar mais duas ambulâncias que estão paradas há mais de um ano. Ao passar por dentro do hospital da cidade, de 50 mil moradores, e encontrar os veículos no estacionamento, a equipe ligou para o 192 e foi informada de que no município não tem Samu. “Estamos fazendo nossa parte, que é a construção da base no nosso município, que estará pronta no próximo dia 15 de outubro”, garantiu o secretario de Saúde de Sapé, Garibaldi Pessoa.
Em Guarabira,há três ambulâncias novas paradas, incluindo uma sofisticada UTI móvel. “Está faltando um processo de organização da central de regulação de João Pessoa, da prefeitura de João Pessoa”, apontou a secretária de Saúde de Guarabira, Alana Soares Brandão Barreto.
“Não se estrutura uma rede do dia pra a noite. Você leva um tempo, tanto para construção, para ter equipe”, se defendeu a secretária municipal de João Pessoa, Roseana Meira.
O secretário estadual de Saúde, Waldson de Souza, culpou o governo anterior pelos problemas com relação ao Samu. “Critérios políticos que definiram a quem o estado iria agraciar naquele momento”. Ele concorda que, se fosse uma escolha técnica, alguns municípios não receberiam ambulância: “Não receberiam, porque não têm condição nenhuma de compor uma região de saúde e nem serviços para poder regular estas ambulâncias”.
Segundo o secretário, das 160 ambulâncias novas, 90 ainda estão paradas. “A gente tem o objetivo central que é colocar em funcionamento todas as bases e redefinir o que for preciso dessas que não têm hoje o critério de ser uma base Samu”, acrescentou Waldson.
Através de nota os ex-secretários da gestão do ex-governador José Maranhão (PMDB), Roosevelt Vita e José Maria de França afirmaram que a distribuição das ambulâncias não foi uma escolha política. Segundo eles, a entrega seguiu os critérios do Ministério da Saúde.