O aumento de casos de zika vírus no País não deve prejudicar os Jogos Olímpicos, que serão disputados em agosto no Rio de Janeiro. A avaliação é do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que participou nesta sexta-feira (29) da divulgação da atualização da Matriz de Responsabilidades dos jogos, documento que lista os projetos associados à organização e realização da competição.
“Não é um problema olímpico. Não estou dizendo que não é um problema. É um problema do Brasil que a gente tem de enfrentar de saúde pública, mas não acho que vai prejudicar a Olimpíada por isso. E a gente precisa ajudar a esclarecer isso”, afirmou. O prefeito lembrou que no mês em que os jogos serão disputados tradicionalmente há menor circulação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika vírus, da dengue e febre chikungunya.
O governo federal iniciou hoje mobilização nacional para acabar com focos de reprodução do mosquito. Prédios de órgãos federais em várias cidades e instalações das Forças Armadas passaram por um mutirão de limpeza e para retirada de água acumulada. A presidente Dilma Rousseff reuniu-se com governadores para traçar uma estratégia de combate e disse que o Brasil precisa se mobilizar para acabar com a reprodução do mosquito.
Mesmo para o Carnaval, Paes não acredita que os registros de zika irão afastar os turistas. “As pessoas confundem muito os números do Estado com os da cidade. Não estou dizendo que é uma situação tranquila. É um verão típico para a proliferação do mosquito, esse calorzinho gostoso aqui, úmido, chove e sol. Sem dúvida alguma. É algo que a gente tem que estar atento”. O prefeito visitou hoje os barracões das escolas de samba do grupo especial do Rio, na Cidade do Samba, região portuária da cidade, e ficou animado com o que será apresentado na Marquês de Sapucaí.
“No ano em que as escolas estão com menos patrocinadores e enfrentando mais dificuldades, que a vida não está tão fácil, tirando a ajuda extra que a prefeitura deu, mas a raça dessa gente é incrível. Os barracões estão lindos, há surpresas incríveis. Quem sabe este ano a Portela não vai?”, completou, brincando com a possibilidade da sua escola favorita vencer o Carnaval de 2016.
Jogos Olímpicos
O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, apresentou nesta sexta-feira (29) a quarta atualização da Matriz de Responsabilidades da Rio 2016. De acordo com a APO, o custo chegou a R$ 7,07 bilhões em 47 projetos.
De acordo com Paes, 60% dos recursos aplicados nos projetos vieram do setor privado e maioria não teve sobrepreço. O prefeito disse que alguns locais de competição, como as arenas de Copacabana e as de box do RioCentro, não foram incluídas na matriz, porque não são de responsabilidade dos governos (União, Estado e município) e sim do Comitê Organizador 2016.
“Tudo que não estiver ali [na matriz] passou para o comitê organizador. Achei que isso já estivesse claro quanto a Copacabana, estrutura do RioCentro. Acho que a matriz é um sucesso. A gente chega ao final, esta é a última matriz, praticamente, a não ser que surja algum fato muito extraordinário e mude os valores, 60% dos valores da Olimpíada e dos estádios pagos com recursos privados. Isso é absolutamente inédito na história das Olimpíadas”.
A matriz é um documento divulgado uma vez por semestre pela APO para o controle do andamento das obras e custos e inclui compromissos assumidos pelo Poder Público para a realização dos jogos.
IG