Carlos Magno
Após ser inocentado pelo TRE-PB da acusação de ter depositado cheque da Saúde em sua conta de campanha, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, virou o assunto da semana. Foi líder de citações no orkut, twitter e no facebook em Campina Grande e em João Pessoa, alvo de comentários nos programas de rádio, colunas políticas nos jornais, sites e blogs.
Ironicamente, este fortalecimento contínuo vem justamente de fatos que, na mídia, soam negativo para o prefeito campinense. Mas parece que quanto mais a oposição tenta desqualificar a imagem de Veneziano, mais ele se fortalece. Se não, vejamos:
Da mesma forma como foi absolvido pelo TRE-PB – majoritariamente – a maioria dos comentários também concorda com o que se sentiu no ‘day after’ do julgamento: Veneziano saiu extremamente mais fortalecido para 2014.
Em 2004 vi uma campanha forte em cima de Veneziano, que foi tachado de ‘pedófilo’ em guias eleitorais e nas ruas – mandaram gravar CDs com músicas pejorativas e espalharam pela cidade. A música tocava nas ‘boates de otário’, que são aqueles carros com som nas malas; nos paredões, nos carrinhos que vendiam CD (imagine em troca de quê os vendedores deixavam de tocar as músicas que queriam vender para tocar a música pejorativa do cabeludo…).
O que se viu foi uma vitória de Veneziano em cima de R�?mulo Gouveia, seu adversário, quebrando uma hegemonia de 22 anos de dominação de um grupo político em Campina Grande. No final, quem saiu bem na fita foi Veneziano, que estadualizou a sua imagem como ‘o homem que ganhou dos Cunha Lima em Campina’.
Em 2008, foi mais pesado. Eu vi o então presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, ex-deputado estadual Arthur Cunha Lima – hoje Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado – TCE-PB – convocar a imprensa para uma coletiva informando que tinha uma bomba para anunciar. Até rádio FM transmitiu ‘ao vivo’ a empreitada.
Ainda hoje, revendo as fotos daquele dia na Câmara, vejo os semblantes dos que estavam presentes. Cara de choro mesmo. Arthur, de posse de um talonário de notas fiscais, balançava-o no ar e dizia que eram notas frias, a prova de que havia uma quadrilha, uma bandidagem na Prefeitura de Campina Grande e tudo o mais.
Em 2008, Veneziano foi acusado de tudo: de formação de quadrilha a financiamento público de campanha. Na primeira instância, em Campina Grande, foi inocentado de todas as acusações – com exceção da AIJE do cheque. Esta que, agora, o TER-PB, majoritariamente, lhe inocentou.
Em 2008, Veneziano venceu mais uma vez e saiu fortalecido. Bem mais que em 2004. Agora, com nova vitória na Justiça, ganhando a eleição também no tapetão, o cabeludo sai mais fortalecido ainda. E quanto mais os adversários criticam, armam, tentam, mais Veneziano cresce no apelo popular. E em toda a Paraíba, claro.
O problema é que a mídia negativa feita em cima de Veneziano foi estadual, porque a tentativa é a de tirar-lhe, em 2014, a possibilidade de ser opção ao Governo do Estado. Então, a estratégia dos adversários tem que ser esta mesmo, tentar desqualificá-lo estadualmente. Mas, no final, como Veneziano sai vencedor, o Estado todo vê que as denúncias não passaram de armação. E, com isso, fica do lado dele. É a coisa mais natural do mundo. E quem sai ganhando é o cabeludo…
Portanto, pelo que vejo hoje, só não digo que tudo o que ocorreu foi bom para Veneziano pelo sofrimento a que ele, a família e os amigos foram submetidos. Mas que o tiro dado pela oposição saiu pela culatra, isso foi. E, além de sair pela culatra, ainda atingiu o pé dos que pensavam diferente.