São Paulo – O PTB é o partido com o maior número de deputados alvo de representação no Conselho de Ética desde que o colegiado foi criado, em 2001. Ao todo, 23 petebistas já enfrentaram questionamentos. Hoje, a bancada da legenda na Câmara é composta de 25 parlamentares.
A presidente nacional da sigla, Cristiane Brasil, afirmou em nota que “ter representação no conselho não é sinônimo de culpa e, mesmo parlamentares com trajetória reconhecidamente pautada pela ética, já foram um dia representados”.
A filha do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no julgamento do mensalão, acrescentou que o pai foi o “denunciante do maior escândalo de corrupção da República até aquele momento” e provocou a cassação de outros deputados, “incluindo três representantes do PT, o partido ainda hoje no poder”.
Em seguida na lista estão o PL, com 19 deputados; o PP, com 17; o PT, com 14, e o PMDB, com 11.
Recordista. O deputado recordista de processos no conselho é Jair Bolsonaro (PP-RJ), com três representações, todas por ofensa, racismo ou agressão. Bolsonaro afirma ser vítima de perseguição política e nega agressões – sejam verbais ou físicas. “Eles não se cansam de me representar. Já respondi a mais de 20 processos por aí, sempre fui provocado. Não vou deixar certas propostas seguirem sem dar minha opinião. Não sendo agressão e roubalheira, vale tudo. Você acha que vou me importar com o Conselho de Ética?”
Em 14 anos, o partido que mais entrou com representações no colegiado foi o PSOL, com 13 pedidos de julgamentos. “Nunca fomos afiliados a um bloco de poder em que o corporativismo predomina. O pessoal tem mais liberdade. A Câmara é a Casa do jeitinho em detrimento da ética pública, mas não queremos ser o chicote do mundo. Ser o maior autor é até uma situação incômoda, gostaríamos de mais apoio dos outros”, afirmou o líder do partido na Câmara, Chico Alencar (RJ).
O parlamentar foi alvo recente de um processo por quebra de decoro, mas o procedimento, apresentado pelo Solidariedade, foi arquivado. Segundo Alencar, houve “retaliação combinada entre o Eduardo Cunha (presidente da Câmara, do PMDB) e o Paulinho da Força (deputado do Solidariedade)”. “Querem inibir a ação do PSOL. Eu e o Cunha somos iguais em duas letras do nome e só”, disse Alencar.
Estadão