Jornalista supera doença que faz a mama ficar gigante e retira 6 kg de seios

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A jornalista e moradora do DF Bruna Presmic, de 33 anos, conseguiu dar a volta por cima após ter ouvido de um médico do HRAN (Hospital Regional da Asa Norte), em Brasília, que tudo que precisava era “voltar para casa e emagrecer”. Ela sofre de gigantomastia, um crescimento desenfreado dos seios, mas o médico sugeriu, mesmo sem necessidade, que ela fizesse uma cirurgia bariátrica porque ele “não operava pessoas obesas”.

Mesmo depois de Bruna ter explicado que sofria de outra doença, miaftenia, e ter dito que demoraria dois anos para perder os 30kg que ele exigia, porque não podia fazer atividades físicas e dietas rígidas, o médico insistiu na recomendação.

Segundo Bruna, a consulta na rede pública de saúde ocorreu em maio deste ano, mas ela também sofreu preconceito em clínicas particulares da cidade, onde também teve cirurgias negadas enquanto seus seios cresciam sem parar.

—  Em 2013, minha mama esquerda começou a crescer. Ela ficava inchada e não desinchava mais e isso ia se acumulando mês a mês. Passou 2013, 2014 e ela foi inchando mais. Comecei a ir em vários médicos, mas ninguém encontrou uma resposta.

Bruna começou a ver urgência em se submeter a uma cirurgia de diminuição da mama quando começou a ficar com falta de ar. Para exemplificar a situação, ela questiona: “imagina você andar com um saco de arroz ou um colar de 6kg pendurado no pescoço?”. E foi exatamente essa a quantidade que foi retirada no procedimento, 6 kg de excesso.

— [Meu seio] era grande, porque eu era gordinha, mas meu sutiã era 46/48, proporcional, já que minha calça era 46. De repente, ele foi para o número 60. No tórax, em baixo do seio, eu tenho 93 cm e o busto já estava com 146 cm.

Além do preconceito do médico que a atendeu, a jornalista passou a ter vergonha de sair em público e terminou largando o emprego para não dar espaço à humilhação. Mesmo com tudo isso, sempre que entrava em uma sala de consulta, os médicos desdenhavam e diziam que ela não precisava da cirurgia.

Foi na nona tentativa que Bruna encontrou a cirurgiã Marcela Cammarota, no hospital Daher, com quem conseguiu fazer a tão sonhada operação. Ela conta que a médica fez o acompanhamento e chegou a levá-la para o Clube da Mama, local que a ajudou a manter a integridade psicológica depois de todo sufoco. Agora, tudo que ela espera é a recuperação da forma mais saudável possível.

— Eu não sei se vai voltar a crescer porque não tive resposta ainda sobre o que causou a doença. Mandamos os 6 kg retirados para biopsia, mas o resultado só sai no dia 21. Estamos torcendo para não voltar. Mas, de qualquer forma, ela [a médica] já conseguiu tomar as providências para caso precise de outra cirurgia.

Com a recusa do SUS, Bruna acabou gastando R$ 12 mil com a operação, mas pretende tentar reembolso com o plano de saúde. Ela se recupera bem do procedimento, passou a usar sutiã número 44 e se diz satisfeita com o seu corpo.

— Eu não faço apologia a obesidade, mas, se a pessoa é mais gorda, um médico tem que ter consciência que ela pode ser mais gordinha e não ser doente. Eu não tive nenhum dos problemas que falaram que teria com a cirurgia.

Em nota enviada ao R7 DF, a direção do HRAN informou que a paciente foi atendida na unidade pela última vez em 6 de julho de 2015. Segundo a unidade, no total, foram realizadas duas consultas médicas, onde Bruna foi diagnosticada com sobrepeso, causa da negativa momentânea para realização de cirurgia de redução de mama.

Na mesma nota, a Secretaria de Saúde esclarece que os dois médicos que prestaram assistência à paciente a orientaram a perder peso, para que a cirurgia fosse agendada, conforme protocolo do SUS (Sistema Único de Saúde). Porém, o órgão garante que ela não seguiu a recomendação. A pasta informa ainda que a cirurgia de redução de mama é coberta pelo SUS mediante diagnóstico conclusivo e indicação cirúrgica, para fins de saúde e não estéticos.

UOL