Barulhos de bombas e tiros acabaram com a Marcha das Mulheres Negras, no início da tarde desta quarta-feira, 18, na Esplanada dos Ministérios. Cerca de 10 mil pessoas participavam do ato, que incluiu uma caminhada entre o Ginásio Nilson Nelson e o Museu da República, ao lado da Catedral de Brasília.
Dois policiais civis foram identificados como responsáveis pelos disparos e, consequentemente, presos, informou a Polícia Militar. Pelo menos um dos dois presos integra grupo acampado em frente ao Congresso para defender a volta dos militares ao poder.
De acordo com a PM, um dos policiais disparou quatro tiros para o alto. Ele alegou ter se sentido ameaçado pelos integrantes da marcha. Houve corre-corre e um princípio de confusão entre participantes da manifestação antirracismo e o grupo acampado em frente ao Congresso.
Um servidor público, que não quis se identificar, revelou que manifestantes de um acampamento em favor da intervenção militar lançaram rojões na Esplanada, o que causou pânico entre as manifestantes.
Segundo o major da PM Juliano Farias, um dos homens que atirou foi o mesmo que foi preso na noite da última quinta-feira (12) com um revólver e armas brancas escondidas em seu carro. Farias afirmou, no entanto, não saber por que o policial aposentado foi solto pelo 5º DP após ser preso na quinta-feira.
A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), integrante da Comissão de Direitos Humanos, estava presente no ato. Em uma rede social, ela relata os momentos de pânico na Esplanada dos Ministérios e expõe fotos de mulheres do movimento ao chão. Há ainda fotos da prisão do suspeito e de uma das balas encontradas no local.
Marcha das Mulheres Negras
É a primeira vez que a marcha nacional acontece no Distrito Federal. O objetivo é reunir o máximo de organizações de mulheres negras, assim como outras entidades do movimento negro e mobilizar essas pessoas em homenagem aos ancestrais e em defesa da cidadania plena das negras brasileiras. Em 20 de novembro se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.
Revista Fórum