Jornal afirma que homem que planejou ataque em Paris está morto

Belga Abdelhamid Abaaoud teve mão em vários ataques na Europa só no último ano

operação policialA polícia francesa abateu nesta quarta-feira o alegado cérebro dos atentados de Paris, o belga Abdelhamid Abaaoud. A notícia era avançada pelo diário norte-americano Washington Post momentos antes de o procurador de Paris, François Molins, anunciar oficialmente os resultados do raide a Saint-Denis. Mas Molins não o confirmou na conferência de imprensa.

O procurador fez o apanhado da investigação e, sobre o jihadista belga, disse apenas que não estava entre as oito pessoas detidas. “Abaaoud não está entre os detidos”. Segundo ele, a identificação dos jihadistas mortos no assalto policial ainda não terminou. O jornal norte-americano, por sua vez, cita duas fontes próximas da investigação que asseguram que o corpo de Abaaoud já foi identificado por especialistas forenses.

François Molins foi cauteloso com os repórteres. Não identificou nenhum dos detidos e não deu sequer o número exacto de pessoas que morreram no raide desta quarta-feira. “Por enquanto, não estou em posição de dar um número preciso e definitivo das pessoas que morreram, nem a sua identidade, mas há pelo menos duas pessoas mortas”, afirmou.

As operações desta quarta-feira seguiam indícios de que Abaaoud estava abrigado em Saint-Denis, apesar de até agora ele ser dado na Síria. A polícia entrou durante a madrugada numa pesada troca de tiros com os residentes e presumíveis jihadistas no edifício suspeito, que respondiam aos disparos das autoridades com balas de espingarda automática. O raide já durava há vários minutos quando uma mulher no interior da casa accionou o cinto de explosivos que vestia. A intervenção terminou ao cabo de sete horas e meia, com a morte de um último homem barricado.

O balanço oficial estava então nos dois mortos e sete pessoas detidas – o procurador entretanto anunicou oito capturas –, tendo sido sugerida, entretanto, a possibilidade de um terceiro extremista ter morrido no assalto. Nas horas que se seguiram, a imprensa francesa avançou que o assalto policial em Saint-Denis não queria apenas capturar o belga Abdelhamid Abaaoud, mas também interromper um novo ataque terrorista em Paris. Este útlimo ataque quereria atingir o distrito comercial de La Defense.

François Molins não mencionou estas notícias e tão-pouco confirma a identidade da bombista suicida, que os media sugerem ser uma prima de Abaaoud. “Não identificámos ainda esta pessoa”, afirmou o procurador parisiense. “Pensamos que a explosão foi causada pela mulher accionar o cinto de explosivos, mas isto terá de ser confirmado por examinação forense.”

Mas “tudo leva a pensar” que os presumíveis jihadistas de Saint-Denis se preparavam para fazer um novo atentado. A polícia encontrou “um verdadeiro arsenal de guerra”, que incluía espingardas automáticas Kalashnikov e coletes explosivos. Ao longo da intervenção policial, foram disparados 5000 balas, de acordo com Molins.

UOL