Conheça as 10 piores e as 10 melhores estradas do Brasil

Acidentes e asfalto ruim em rodovias custam R$ 59 bi. Conheça as 10 piores estradas do Brasil
Pesquisa da CNT aponta que falta de qualidade nas vias provoca desperdício de dinheiro público

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Rodrigo Vasconcelos, do R7, em Brasília*

Acidentes e falta de asfalto custaram R$ 59 bi aos cofres públicosDivulgação/CNT
Em 2014, os governos federais e estaduais do Brasil tiveram de desembolsar R$ 59,1 bilhões por conta de acidentes de trânsito e custos gerados por causa da deficiência na pavimentação das rodovias. O valor consta de um estudo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgado na última quarta-feira (4).

De acordo com a confederação, as condições gerais ruins das rodovias brasileiras reduzem a segurança, além de aumentar o consumo de combustível, o tempo de viagem e o custo de manutenção dos veículos. Tudo isso gerou uma despesa operacional de R$ 46,8 bilhões no ano passado (veja abaix a arte com as piores estradas do País).

Além disso, o tráfego por estradas federais com infraestrutura inadequada potencializou o risco nos quase 170 mil acidentes registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). Eles geraram um custo de R$ 12,3 bilhões nas contas de 2014.

Rodovias

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Os problemas de estrutura na malha rodoviária brasileira representam também um gargalo para o setor produtivo e atrapalham a atração de investimentos estrangeiros. Num ranking de qualidade de rodovias elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, divulgado em setembro, o Brasil está na 121ª colocação entre 140 países, atrás de vizinhos como Argentina, Bolívia e Peru.

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Na visão da CNT, um dos fatores que causam a má qualidade é a falta de investimentos por parte do governo. Do valor de R$ 10,34 bilhões previsto no orçamento de 2015, apenas R$ 4,47 bilhões foram aplicados para melhorar a infraestrutura, até setembro deste ano.

Com relação à manutenção das rodovias, a média de investimento em 2014 (R$ 165 mil/km) fica abaixo da meta estabelecida pelo próprio governo, de R$ 250 mil/km.  Por conta disso, o número de pontos críticos nas pistas cresceu 49% nos últimos anos, e chegou a 327 no levantamento de 2015.

Para o diretor da CNT, Vander Costa, os dados da pesquisa mostram uma deficiência de gestão do governo em executar projetos. Por isso, ele avalia que a concessão das rodovias é a melhor alternativa para resolver as deficiências pelo País.

— No momento, o Brasil com problema de caixa, que é público, seria necessário trazer o capital privado, que tem disponibilidade no Brasil. É certo que vamos ter o ônus do pedágio, mas se o pedágio vier com uma forma equilibrada, num valor que não tenha exagero, o benefício que traz para o transporte é maior do que o custo de pagar a tarifa.

Segundo o levantamento, o investimento necessário para a adequação de toda a malha rodoviária brasileira é de quase R$ 294 bilhões. O maior valor seria aplicado na duplicação de rodovias, já que 86,5% dos trechos avaliados no País são de pista simples com mão dupla.

Por conta disso, a CNT defende a concessão de rodovias como forma de atrair investimento e manter as vias em bom estado. Afinal, no pesquisa de 2015, os 10 trechos com melhor avaliação são privados, e todos ficam no estado de São Paulo.
Conheça as dez melhores estradas brasileiras:

1) São Paulo – Limeira (SP) – SP-310/BR-364/SP-348

2) Bauru (SP) – Itirapina (SP) – SP-225/BR-369

3) São Paulo – Taubaté (SP) – SP-070

4) Ribeirão Preto (SP) – Borborema (SP) – SP-330/BR-050/SP-333

5) São Paulo – Itaí (SP) – Espírito Santo do Turvo (SP) – SP-255/SP-280/BR-374

6) São Paulo – Uberaba (MG) – BR-050/SP-330/BR-050

7) Barretos (SP) – Bueno de Andrade (SP) – SP-326/BR-364

8) Limeira (SP) – São José do Rio Preto (SP) – SP-310/BR-374/SP-30/BR-456/SP-330/BR-050

9) Engenheiro Miller (SP) – Jupiá (SP) – SP-209, SP-300/BR-154/SP-300/BR-262

10) Araraquara (SP) – São Carlos (SP) – Franca (SP) – Itirapuã (SP) – SP-255, SP-318, SP-334, SP-345

*Com a colaboração de Fernando Mellis, do R7