Pelo menos 13 crianças morrem em dois naufrágios na Grécia

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ATENAS – Dois naufrágios distintos próximos a ilhas gregas deixaram 22 mortos nesta sexta-feira, informou a Guarda Costeira do país, que salvou 144 nas duas operações. Equipes de resgate da Grécia resgataram 138 refugiados e recuperou os corpos de 19 pessoas, entre eles 11 crianças, após um barco naufragar perto da ilha de Kalymnos, no segundo grande incidente com mortos nesta semana na costa do país.

Em um segundo incidente na costa da ilha de Rhodes, três pessoas, incluindo uma criança e um bebê, se afogaram e três estavam desaparecidos. Seis pessoas foram resgatadas, segundo a guarda costeira.

O número de mortos por afogamentos no mar aumentou recentemente, à medida que as condições meteorológicas no Egeu pioram com a aproximação do inverno, tornando a passagem ainda mais difícil para milhares de refugiados que cruzam da Turquia para a Grécia.

Cerca de 16 pessoas foram confirmadas mortas e 274 pessoas foram resgatadas após um barco de madeira quebrar em águas agitadas próximo à ilha de Lesbos na quarta-feira.

A Grécia se tornou ponto de trânsito para mais de 500 mil refugiados e imigrantes que fogem de conflitos no Oriente Médio. Refugiados relataram traficantes oferecendo “descontos” de até 50% em bilhetes, que custam entre € 1.100 e € 1.400, para fazer a jornada em botes infláveis em condições meteorológicas ruins, informou a agência de refugiados da ONU na quinta-feira.

Barcos de madeira, mais fortes, custam mais, entre € 1.800 e € 2.500 por passageiro.

 

ATAQUES PIRATAS

A organização Humans Right Watch (HRW) contabilizou oito ataques de embarcações piratas, sem bandeira e com homens armados mascarados, contra barcos com refugiados no Mar Egeu desde o mês de setembro, informou o jornal espanhol “El Mundo”.

“Eles apontam armas, vestidos com uniformes negros. Às vezes à noite, às vezes em plena luz do dia”, disse Eva Cosse, autora do relatório da HRW ao jornal. “Todos os cenários são possíveis. São membros de extrema direita? Oficiais da Guarda Costeira atuando por conta própria? A evidência que recolhemos não permite chegar a conclusões. Por isso é tão importante que as autoridades levem essas denúncias a sério e uma investigação exaustiva sobre elas”.

O jornal cita uma testemunha do relatório da HRW, o afegão Ali, de 17 anos, que relatou o ataque ao barco no qual viajava para a Grécia em 9 de outubro, pouco depois deixar a costa da Turquia. Segundo o jovem, uma lancha com cinco homens armados vestidos de preto se aproximou:

“Acreditávamos que vinham nos ajudar, mas, quando se aproximaram, vimos suas intensões agressivas. Falavam um idioma que não entendíamos. Eles nos abordaram e destruíram o motor”, contou Alí, seungdo o “El Mundo”, afirmando que o bote ficou à deriva por uma hora até que a ONG Proactiva fizesse o resgate.

Segundo o documento da organização, os grupos não identificados tentam quebrar os motores, esvaziar a gasolina, furar os botes ou rebocá-los até águas turcas.

“A pergunta que cabe fazer é: Por que as autoridades não sabem ainda quem são? Deveriam examinar a fundo o alcance dessas alções ilegais e identificar, investigar e processar os autores desses crimes que põem a vida e integrante de soliciantes de refúgio em situação de risco”, defende Cosse.

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