MEC pediu que os mais de sete milhões de inscritos fizessem um texto sobre a persistência da violência contra a mulher
No ano em que a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei do Feminicídio, o tema da redação do Enem não admite qualquer posicionamento contrário ao que o próprio enunciado já propõe: a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.
“Ficou claro aqui o posicionamento pedido pelo avaliador”, explica Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do curso e colégio Objetivo. Restava ao estudante saber como propor ações de prevenção e combate a esta situação que faz do Brasil o sétimos País do mundo onde mais mulheres são mortas. ” A gente pensa que a violência está evidente lá no Oriente Médio. Mas por aqui há muitos resquícios de patriarcalismo, machismo, sexismo e preconceito”, afirma a docente.
Diante do tema, diz Maria Aparecido, o caminho mais certo ao aluno seria propor a efetiva aplicação da legislação sobre o assunto – tanto a Lei Maria da Penha como a Lei do Feminicídio – e um investimento em campanhas educativas, com a divulgação dos números da barbárie contra as mulheres. O candidato também poderia sugerir o protagonista da escola como a responsável pela erradicação do preconceito sexista.
A opinião dos estudantes
Na saída da prova, os alunos também elogiaram o tema da redação:
Carolina Souza, 18 anos: “É um tema muito atual e esta discussão está aberta na sociedade. A cultura de que a mulher foi feita para ficar em casa e cuidar dos filhos está muito presente e esse tema ajudar a tirar essa imagem”
Marcelo Rodrigues, 30 anos: “O tema da redação faz parte do cotidiano de ambos os sexos. Destaquei no meu texto a impunidade de homens que cometem crimes contra mulheres.”
Bianca Pires, 26 anos: “Não existe só violência doméstica, tem a sexual também. Em meu texto abordei os vários ângulos do assunto.”
Beatriz Medeiros, 17 anos: “Escrevi na redação que, para evitar esses casos, as pessoas têm de ser instruídas desde pequenas. Achei o tema bem próximo da realidade.”
Emanuelli Jatobá, 17 anos: “Hoje muitas mulheres que sofrem de violência preferem guardar para si, por medo de que o parceiro faça algo. Não pode ser assim.”
IG