Nilvan Ferreira
Tudo mundo sabe que existem elementos fortíssimos e evidências gigantescas de que algo de estranho ocorreu de verdade nessa confusão envolvendo a contratação de uma empresa para a colocação das fotografias dos deputados que compõem a bancada da oposição.
O problemas todo é que o governo e seus mentores das maldades imaginaram que estavam fazendo um giro e terminaram fazendo um “giral”. Agora, “ciscam” feito “galinha tonta”, na tentativa de encontrar uma saída para a besteira que praticaram, quando decidiram expor os parlamentares da oposição, colocando os outdoors com suas fotografias, nos principais pontos aqui da capital do estado.
Os mentores dos planos maléficos do governo pensam que são os homens mais inteligentes deste estado e que o resto é besta. Acreditam que Deus só deu a eles o dom da inteligência e da astúcia. Acham que podem tudo e aos demais apenas sobrou a obrigação de subjugar-se aos seus ditames.
Essa questão dos outdoors pode sobrar pra alguém que se intitula o senhor de toda inteligência deixada na terra. Disso eu tenho clareza. Alguns elementos que aqui colocarei podem nos levar a uma série de deduções.
A proposta de instalação de uma CPI para esclarecer os questionamentos, levantados a partir dos indícios de que a estrutura de governo pode ter financiado o movimento que liderou a confusão da permuta de terrenos, já aprovada pela Assembléia Legislativa, pode custar ao governador uma dor de cabeça daquelas.
Vamos aos fatos e eu conclamo a todos para momentos de reflexão:
1. Porque a entidade denominada de “Fórum de Defesa do Desenvolvimento Econômico da Zona Sul” não tem qualquer personalidade jurídica? Não tem registro legal, não possui CNPJ.
2. Quais as entidades que participam deste fórum, criado a partir do debate que envolveu a aprovação da proposta do governo, que previa a permuta dos terrenos de Mangabeira e do Geisel? Quantas são, onde localizam-se? Quem as preside?
3. Se o “Fórum de Defesa do Desenvolvimento Econômico da Zona Sul” não tem registro jurídico, como pode ter assumido a liderança do movimento em defesa da permuta dos terrenos, assumindo despesas, como contratação de ónibus para transporte de populares com destino a Assembléia Legislativa durante as votações, além da compra de lanches e confecção de camisas?
4. O “Fórum de Defesa do Desenvolvimento Econômico da Zona Sul”, que não tem qualquer composição legal, junto a Receita Federal, também assumiu a autoria dos famosos outdoors, espalhados pelas ruas de João Pessoa, num total de quase 30 peças, que custou a bagatela de quase 20 mil reais.
5. Se o “Fórum” assinou os outdoors, porque a nota fiscal de serviços, que comprova o pagamentos à empresa EXIBA, que pertence ao irmão do ex-governador Cássio Cunha Lima, foi emitida em nome do jovem Jair Soares, que exerce a função de Diretor da Casa da Cidadania do Governo do Estado, conforme ato publicado no Diário Oficial do governo?
6. Uma das entidades que participa do famigerado “Fórum” é a FEPAC: Federação das Associações Comunitárias da Paraíba. Esta entidade já admitiu, através do seu presidente, que doou a importância de R$ 150,00 (Cento e cinquenta reais) para a contratação dos outdoors. E o restante do dinheiro, quem colaborou? De onde os recursos foram retirados? Se a FEPAC colaborou com míseros R$ 150,00 ainda estamos muito distantes do que representa quase 20 mil reais, afora as outras despesas de toda a movimentação que envolvem as atividades do “Fórum”.
7. Com que objetivos diversos membros do Governo do Estado estariam participando diretamente das articulações do “Fórum”? Reuniões frequentes em órgãos do governo, deliberações, além dos contatos com o alto escalão?
8. Está na hora da verdade e não há mais como fugir dela. Um governo que se diz exemplo de transparência não pode tentar “mexer os pauzinhos” e tentar agora se articular para enterrar a proposta de investigação.
Não estou aqui afirmando que o dinheiro que financiou ônibus, alimentação, confecção de centenas de camisas e quase 30 outdoors foi “emprestado” pela máquina do estado. Longe disto. Estou apenas lembrando que se há dúvidas, que elas sejam então esclarecidas. A sociedade agradece.
O que não se pode é permitir que o dinheiro público corra o risco de estar sendo usado para praticar atos de revanchismo contra alguém que não ecoa os interesses da atual estrutura política. O dinheiro que é originado tem destino certo: a prática do bem estar do cidadão. Não pode ter seus objetivos desviados. Não pode servir para oprimir quem tem opinião e posição distante dos atuais mandatários. O poder não tem a missão legal de levar o constrangimento, a perseguição de forma descarada e deslavada.