Piora nas perspectivas econômicas, Brasil perdendo o grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, empresas em dificuldades em meio às denúncias de corrupção, perspectiva de aumento de tributos. As questões a serem respondidas e os temores para a economia no horizonte de curto prazo são muitos. No entanto, as dúvidas do presente poderão abrir espaço para um ótimo cenário de longo prazo. Esta é a avaliação do economista Otaviano Canuto, diretor executivo pelo Brasil do FMI (Fundo Monetário Internacional) em entrevista para o InfoMoney.
Para ele, o segundo rebaixamento de rating, um dos grandes temores do mercado nos últimos dias, não é “fava contada”. Sobre a possível volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e alta de tributos, o economista destaca que não é o ideal, mas que temos que escolher “qual dos males é o pior”. Hoje, a questão urgente é esta para levar o Brasil a registrar o superávit primário. Mas os problemas estruturais não podem ser deixados de lado.
Canuto afirma ainda que as descobertas de corrupção que têm ganhado destaque diariamente nos jornais “é uma excelente notícia”, pois se isso pode trazer dificuldades no curto prazo por conta dos efeitos da Operação Lava Jato sobre as empresas, a médio e longo prazos as consequências serão positivas, citando dentre elas o aumento da concorrência entre as empresas – o que leveria a redução dos custos e melhora dos resultados dos gastos públicos.