Rio 247 – O cômodo que deveria ser uma cela prisional tem frigobar, TV a cabo, cama de casal, computador, videogame e forno de microondas no Batalhão Especial Prisional (BEP), no Rio de Janeiro. A unidade é destinada a custodiar policiais militares que aguardam sua sentença ser proferida pela justiça.
Foi neste cenário de conforto e regalias que a juíza Daniella Assumpção foi agredida quando fazia inspeção na quinta-feira (1º). Além dos itens de entretenimento, a fiscalização encontrou ainda carne para churrasco e garrafas de refrigerantes de dois litros.
O BEP foi fechado pela Justiça do Rio após o ataque à magistrada, que relatou ter a blusa que vestia rasgada, e óculos e sapatos perdidos. Há dois meses ela tenta acabar com regalias dos detidos no batalhão e já havia suspendido as visitas íntimas.
“Sempre foi complicado fazer vistoria lá. A gente retira os produtos e eles sempre voltam”, afirma o juiz da Vara de Execuções Penais, Eduardo Oberg.
O hall de regalias inclui ainda forno para pizza e até uma bateria. Os detentos alegam que o instrumento era usado para cultos, de acordo compublicação do jornal Folha de São Paulo.
Quatro presos, que depois receberam o reforço de outros 11, iniciaram uma série de xingamentos e empurrões contra a juíza e sua escolta de segurança. Alguns policiais falam que a juíza chegou a levar um tapa no rosto.