Cunha nega novamente existência de conta no exterior e critica denúncias

"Causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente"

eduardo cunhaUm dia após virem à tona informações de quatro contas bancárias em seu nome na Suíça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reiterou, por meio de nota, seu depoimento à CPI da Petrobras, onde negou ter conta no exterior, e reafirmou, atacando o governo e o PT, que as denúncias divulgadas a seu respeito nos últimos dias são “seletivas”.

“Causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara, em contrapartida ao silêncio sobre fatos graves que não foram objeto de divulgação alguma. Refutamos a tentativa de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação”, afirma a nota.

Como informou a Folha, uma das contas informadas pelo governo suíço às autoridades brasileiras tem como beneficiários o próprio Cunha e sua esposa, a jornalista Claudia Cordeio Cruz.

Em março, o presidente da Câmara esteve espontaneamente na CPI da Petrobras e negou ter contas em outros países. “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não senha a conta que está declarada no meu imposto de renda”.

Ele reafirmou a declaração na nota entregue pela assessoria de imprensa nesta sexta: “O presidente reitera o teor de seu depoimento prestado a CPI da Petrobras de forma espontânea”.

No texto, ele também voltou a afirmar que “desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado”.

Como tem declarado desde que a PGR pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que acate denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em agosto, Cunha disse que o assunto só será comentado por seu advogado, Antonio Fernando de Souza. Em nota divulgada na quarta (30), a defesa do deputado também se negou a comentar a suspeita das contas secretas na Suíça.

Conforme nota divulgada na ocasião da denúncia da PGR, o presidente da Câmara diz achar “muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado”.

A nota desta sexta também replica trecho já divulgado no texto divulgado na ocasião anterior: “À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo se quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras”.

Cunha rompeu com o governo no meio de julho e desde então tem acusado o Palácio do Planalto de articular para que ele seja investigado na Operação Lava Jato.

Folha de S. Paulo