Mulheres coletam assinaturas para liberar fotos de mamilos no Facebook

Campanha no Avaaz está dando voz a um incômodo

mamilosUma campanha no Avaaz está dando voz a um incômodo que vem sendo cada vez mais manifestado por usuários e usuárias do Facebook: a proibição de postagens que contenham mamilos femininos, independente do contexto em que as imagens se apresentem.

A ideia é acabar com as sanções nos casos em que as fotos são compartilhadas com o consentimento ou em situações que os seios aparecem sem cunho explicitamente sexual, como por exemplo em trabalhos artísticos.

O grupo ressalta que respeita e valida a decisão do Facebook de não autorizar imagens explicitamente sexuais para que o ambiente da rede permaneça confortável para todos e não se transforme num enorme depósito de pornografia. O problema, ainda segundo Julia Rodrigues e Letícia Bahia, criadoras da petição e do Projeto #mamilolivre, é que as mulheres estão cansadas de terem seu peitoral necessariamente enquadrado numa condição sexual, o que não acontece com os homens.

A dupla argumenta que qualquer parte do corpo humano pode ser erótica, dependendo do olhar de quem vê a imagem, do contexto e de como se dão as relações. “O peitoral de um homem pode ser erótico, pés e mãos podem ser eróticos, tornozelos femininos já foram considerados eróticos. Inversamente, seios femininos podem perfeitamente não ser eróticos.”, explicam.

O próprio Facebook já chegou a reconhecer essas peculiaridades quando decidiu liberar os mamilos femininos em fotos de mulheres mastectomizadas e de amamentação. Mas com a petição, Julia e Letícia querem ir além. “Se os mamilos das mulheres não são inerentemente sexuais, a quem, senão às próprias mulheres, cabe traçar essa linha?”.

Baseando-se na constituição brasileira que diz: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, elas argumentam que o Facebook fere esse princípio e reforça a desigualdade de gênero ao estipular que mamilos femininos e masculinos tem conotações diferentes.

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