Modelo aprovado pelo STF fomenta o caixa dois, diz Caiado

Líder da bancada do DEM no Senado e um dos mais ferrenhos opositores do governo Dilma Rousseff, o senador Ronaldo Caiado (GO) é contra o fim do financiamento privado.

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Líder da bancada do DEM no Senado e um dos mais ferrenhos opositores do governo Dilma Rousseff, o senador Ronaldo Caiado (GO) é contra o fim do financiamento privado.

Para ele, a medida faz com que candidatos que controlem diretórios partidários ou que exerçam cargo no Executivo tenham vantagem.

Para funcionar a contento, diz ele, o fim do financiamento privado, que foidecidido pelo STF, deveria ser acompanhado de mudanças no sistema eleitoral brasileiro. Leia trechos da entrevista.

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Folha – Por que o financiamento privado de campanha é ruim para o país?
Ronaldo Caiado – Essa situação existiu anteriormente. Nós já tivemos esse modelo, estamos voltando a ele. Ora, se nós saímos dele, é porque estava viabilizando –e cada vez mais fomentando– a criação do caixa dois.

Qual seria a solução do problema? Está provado que caixa dois existe mesmo com financiamento privado.
Você não pode sair de uma premissa errada para ter uma conclusão, senão a conclusão vai estar errada. Se teve um assalto na Petrobras, não é por isso que ela foi contaminada. Se você tem um sistema que é lista fechada, aí tudo bem. Porque o financiamento não é problema do candidato, é do partido, e há como controlar [doações e gastos].

Candidatos que tentam reeleição teriam vantagem?
Um cidadão que está no partido que tem o governador ou o presidente. O que ele pode fazer? Cada secretaria dá para um partido. Aí o candidato já vai ter maioria de rádio e televisão [porque tem uma coligação maior]. Aí ele tem a estrutura toda de mídia [publicidade estatal]. A mídia dele vai ser bancada com dinheiro público.

Então, o uso da máquina e o caixa dois aumentariam sem o financiamento privado?
Lógico que vai. Nós tivemos essa experiência. Não precisamos ter imaginação. Temos simplesmente que relembrar os escândalos que ocorreram antes de ter o financiamento de empresas privadas, só isso.