O vice-presidente da República, Michel Temer, reunirá em um jantar nesta terça-feira (8), no Palácio do Jaburu, a cúpula nacional do PMDB para discutir a crise econômica enfrentada pelos governos estaduais. Confirmaram presença ao evento, na residência oficial do vice-presidente, seis governadores do PMDB e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Dos sete governadores peemedebistas, devem comparecer ao jantar José Ivo Sartori (RS), Luiz Fernando Pezão (RJ), Paulo Hartung (ES), Renan Filho (AL), Confúcio Moura (RO) e Marcelo Miranda (TO). Jackson Barreto (SE) não deve ir ao evento em razão de um licença médica, informou a assessoria da Vice-Presidência da República. Os líderes do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), também foram chamados para o encontro.
O jantar ocorrerá no momento em que unidades da federação, como o Rio Grande do Sul, enfrentam uma séria crise financeira. Nos últimos dois meses, o governador gaúcho teve de parcelar o salários dos servidores públicos e atrasar a parcela da dívida com a União por não ter dinheiro suficiente em caixa para quitar as despesas.
Sem previsão de aumentar as receitas, o governo do Rio Grande do Sul tem apelado por apoio político e financeiro da União.
Outro assunto que deve entrar na pauta do jantar desta terça-feira é o atual distanciamento entre o governo federal e o PMDB. Nas últimas semanas, Temer protagonizou episódio que geraram mal-estar no Palácio do Planalto.
Depois de se afastar do comando da articulação política do Executivo, o vice foi alvo de criticas na última quinta-feira (3) por ter declarado em um evento público que a presidente Dilma Rousseff dificilmente resistiria a mais três anos e meio de mandato com a popularidade em baixa.
As análises políticas na imprensa decorrentes do episódio o obrigaram a divulgar uma nota oficial no domingo (6) em que repudiou as “teorias” de que agiria como conspirador do governo.
No mês passado, Temer já havia sido pivô de um outro episódio polêmico. Em meio a um dos momentos mais tensos da crise política do segundo mandato da gestão Dilma, o vice foi criticado por ministros do PT por conta de trecho do pronunciamento no qual sugeriu que era preciso que alguém tenha capacidade de reunificar a todos”. À época, integrantes do primeiro escalão avaliaram que o vice estava se colocando como alternativa para unir o país.
Rompido com o governo desde que um dos delatores da Lava Jato o acusou de ter recebido propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, o presidente da Câmara tem defendido o fim da aliança do PMDB com o governo Dilma.