TABU: Emenda proíbe escolas de JP de discutirem ideologia e identidade de gênero

Os estabelecimentos de ensino de João Pessoa podem ficar proibidos de abordar questões relativas à ideologia ou identidade de gênero.

ELIZA VIRGÍNIA

Os estabelecimentos de ensino de João Pessoa podem ficar proibidos de abordar questões relativas à ideologia ou identidade de gênero. Isso é o que defende a Emenda 19/2015 à Lei Orgânica da Capital. A proposta é da vereadora Eliza Virgínia (PSDB), que informou já ter reunido 21 assinaturas dentre os 27 parlamentares da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O assunto foi o tema do pronunciamento de Eliza na sessão ordinária desta quinta-feira (3).

“Aplicar a ideologia de gênero é negar o sexo de nascimento e os nossos hormônios. É fazer de nossas crianças ratos de laboratório, experimentado teorias que não são cientificamente comprovadas. Não haveremos de colocar o que eu chamaria de uma teoria antinatural na cabeça de nossos filhos. Nossas crianças estão na mira desses engenheiros sociais que querem fazer suas experiências. Deus criou o homem e a mulher diferentes, portanto temos que valorizar nossas diferenças e respeitá-las acima de tudo”, afirmou Eliza.

De acordo com a Emenda, estão proibidos a regulamentação de políticas de ensino, de currículo escolar, disciplina obrigatória, de forma complementar ou facultativa, e qualquer manifestação que tendam a aplicar a ideologia ou identidade de gênero nos estabelecimentos da rede de ensino do Município.

Vereadora aponta perigo na construção da identidade das crianças

Na ocasião, a parlamentar defendeu que observa-se um grande perigo dessa política de ensino para as crianças e alegou que a ideologia de gênero não aceitaria a importância do sexo biológico na construção da identidade da criança.

“Os pseudoideologistas acreditam que vão tornar as pessoas iguais assim. Sabemos que pela biologia e anatomia o homem e é diferente da mulher”, enfatizou Eliza, que justifica na Emenda: “É uma ideologia que não aceita a relevância do sexo biológico na construção da identidade do indivíduo, considerando o gênero de cada um como uma elaboração puramente pessoal”.

Papel é da família e não da escola

Ainda no documento, a vereadora defende que não é dever da escola libertar os alunos da sua suposta inexistente sexualidade para que possam adotar livremente as mais diversas identidades de gênero. “É da família a responsabilidade de dizer o caminho a seguir ou não, quando os filhos são crianças e jovens, pois não teriam, nestas fases, a capacidade crítica para analisarem o tema”, justificou Eliza no documento.

“Colocar isso na cabeça das crianças, num momento em que vivenciamos tentativas de erotização precoce, e adiantar preocupações que deveriam ser tratadas mais tarde, na puberdade, está errado. Da mesma forma é incentivar que meninas brinquem com carro e meninos com boneca para enfatizar que todos são iguais. Homens e mulheres são diferentes e nenhum é superior ou inferior ao outro”, defendeu Eliza.