Acordo em 2016: Quem será o candidato de Ricardo em 2018 ? - Por Josival Pereira

Se for candidato a senador, Ricardo terá que renunciar ao governo em abril e quem assumirá será a vice-governadora Lygia Feliciano, do PDT. Sendo governadora, ela não vai querer ser candidata à reeleição? Se concordar em não ser candidata, vai colocar o governo na campanha? Se for preterida pelo esquema de Ricardo, o PDT não aceitará o apoio da oposição para Lygia ser candidata? Não sendo Lygia Feliciano, quem será o candidato de Ricardo?

Proposta de acordão político em João Pessoa contém ousadia de Ricardo, mas revela sua fragilidade para 2018

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No programa Intrometidos desta segunda-feira, comandado pelo jornalista Janildo Silva e transmitido pela internet, com a participação de um respeitável grupo de debatedores, foi revelado que o governador Ricardo Coutinho teria feito uma proposta ao prefeito Luciano Cartaxo segundo a qual o PSB apoiaria a reeleição do petista e apresentaria o candidato à vice, com a condição de Cartaxo não ser candidato a governador em 2018, mas apenas a senador.
Lógico que Ricardo vai negar a proposta de acordo e Cartaxo não vai confirmar. Mas, registre-se que essa informação se espalha, como fumaça, nos bastidores da política de João Pessoa.
Haveria efetivamente duas ou três razões para se considerar a proposta verossímil. Trata-se do caminho mais sem dor para o governador Ricardo Coutinho prolongar seu controle total do poder político da Paraíba por mais alguns anos, além do período de seu mandato.
Se Cartaxo aceita, o PSB voltaria ao controle da Prefeitura de João Pessoa em 2018 sem precisar disputar a eleição e, tendo o petista como candidato a senador, se daria ao luxo de lançar quem quisesse como candidato a governador, com a possibilidade de grande aliança.
Verdadeira ou não, a proposta desnudaria um pouco do que pode ser a estratégia de poder do governador e o sonho socialista, e confirmaria a esperteza política um tanto ousada e abusada de Ricardo Coutinho, usada com sucesso nas duas últimas campanhas estaduais.
O problema é que, como tudo tem mais de um lado, o reverso dessa história revelaria muito da fragilidade do esquema do governador Ricardo Coutinho para a disputa das eleições de 2018, que parece ser o móvel principal da proposta.
Se for candidato a senador, Ricardo terá que renunciar ao governo em abril e quem assumirá será a vice-governadora Lygia Feliciano, do PDT. Sendo governadora, ela não vai querer ser candidata à reeleição? Se concordar em não ser candidata, vai colocar o governo na campanha? Se for preterida pelo esquema de Ricardo, o PDT não aceitará o apoio da oposição para Lygia ser candidata? Não sendo Lygia Feliciano, quem será o candidato de Ricardo?
Veja-se que existe um novelo com nós bem difíceis de serem desatados e que talvez o governador Ricardo Coutinho só consiga tendo o controle da Prefeitura de João Pessoa sem o desgaste de uma disputa e o incondicional apoio do PT. Daí, outra razão para a verossimilhança da proposta.
Insista-se num ponto: verdadeira ou não, a proposta contém todos os elementos da ousadia do governador Ricardo Coutinho, mas desnuda também muito de sua fragilidade para 2018.