Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo demorou a perceber a gravidade da crise econômica entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, depois que já havia sido eleita. A afirmação foi feita pela presidente em entrevista à Folha e outros dois jornais.
Sobre rumores espelhados pelo mercado de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria de saída do cargo pelo fato de ter viajado para os Estados Unidos, sem compromissos oficiais, Dilma disse que isso é uma mentira. “Ele foi ver a menina dele (filha), que vai morar na China”, comentou. O ministro concedeu entrevista a repórteres em Washington nesta noite, quando também afirmou que sua permanência no cargo não está em discussão.
A presidente comentou também sobre a reforma administrativa anunciada pelo Palácio do Planalto, com corte de 10 dos 39 ministérios até setembro, além da redução do número de secretárias e cargos comissionados da União. Para ela, as mudanças vão trazer alguma dificuldade política, mas que são necessárias. “Vamos passar todos os ministérios a limpo”, disse.
A petista afirmou ainda haver muita intriga no ar, quando questionada sobre a frase dada pelo vice-presidente, Michel Temer, de que era preciso “alguém” para reunificar o país, enquanto sobre o ex-presidente Lula comentou não achar “correto atitudes de tentar diminuí-lo”. Atos de intolerância são inadmissíveis e “fascistas”, disse a petista, lembrando da “bomba” lançada contra o Instituto Lula e ao boneco do presidente lançado durante as manifestações de 16 de agosto.