Ex-vereador do PT desviou R$ 52 milhões, aponta Operação Lava-Jato

O ex-vereador Alexandre Oliveira Correa ( PT), de Americana , no interior de São Paulo, preso na 18ª Operação Lava-Jato, nesta quinta-feira, era o operador que antecedeu Milton Pascowitch, cuja delação premiada levou à prisão do ex-ministro José Dirceu, no dia 3 de agosto passado. Romano foi preso no Aeroporto de Congonhas, quando sairia para uma viagem. Ele deve chegar à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná, no início da tarde de hoje.

O ex-vereador petista é suspeito de arrecadar valores relacionados a vantagens indevidas que superam R$ 50 milhões a partir de contratos de crédito consignado junto ao Ministério do Planejamento
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Iracema Amaral
Integrantes da força-tarefa da Lava-Jato durante coletiva na manhã desta quinta-feira
O ex-vereador Alexandre Oliveira Correa ( PT), de Americana , no interior de São Paulo, preso na 18ª Operação Lava-Jato, nesta quinta-feira, era o operador que antecedeu Milton Pascowitch, cuja delação premiada levou à prisão do ex-ministro José Dirceu, no dia 3 de agosto passado. Romano foi preso no Aeroporto de Congonhas, quando sairia para uma viagem. Ele deve chegar à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná, no início da tarde de hoje.

O ex-vereador petista é suspeito de arrecadar valores relacionados a vantagens indevidas que superam R$ 50 milhões a partir de contratos de crédito consignado junto ao Ministério do Planejamento. Até aqui foram identificados pela Polícia Federal desvio de R$ 52 milhões, repassados pelas empresas do Grupo Consist sob a falsa justificativa da prestação de serviços.
Segundo as as autoridades da Lava-Jato, os pagamentos ocorriam por meio de empresas de fachada. Foram identificados empresas de fachada e quatro escritório de advocacia, que recebiam recursos, sem, no entanto, segundo apurou a PF, apresentar a contrapartida em serviços prestados.

Desde a última fase da Lava-Jato, a que prende José Dirceu _ juntamente com o irmão dele, solto nessa quarta-feira(12)-, havia suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software nesses contratos, também relacionada a Milton Pascwitch. De acordo com as investigações, a Consist foi escolhida, em um acordo de cooperação firmado entre o ministério e entidades da área, para gerir o software que faz pagamentos

De acordo coma Polícia Federal, mais de 20% dos R$ 52 milhões desviados foram repassados entre os anos de 2011 e 2014, à empresa de Jamp Engenheiros, do operador Milton Pascowitch, e posteriormente destinados ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que hoje se encontra preso em função da Lava-Jato.

O procurador Roberson Pozzobon afirmou que os operadores mostraram “audácia” ao continuar desviando dinheiro mesmo com as investigações em andamento. Ele afirmou que esse é um argumento em defesa das prisões cautelares.

Viúva

O delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo disse que foram descobertos pagamentos mensais de R$ 30 mil para a viúva de um então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, cujos nomes não foram revelados.

O procurador Roberson Pozzobon afirmou que o esquema agora investigado tem ligação “visceral” com o apurado pela Lava Jato. Segundo ele, o delator Pascovitch “represava” valores pagos por empresas para “abrir as comportas” para João Vaccari Neto, regularmente.