Deputado diz que PT abriu mão de apresentar projeto para o País e que está no caminho do ‘esgotamento’

A história do PT está extremamente vinculada a momentos importantes do povo brasileiro, como a luta pela democracia, a resistência ao neoliberalismo e o diminuição das desigualdades sociais no País. Porém, não podemos nos condenar a um belo passado pela frente. Durante estes 12 anos de nossa presença no governo federal, adotamos uma estratégia de conciliação e não fizemos as reformas de base necessárias para transformação da sociedade.

anisio

A história do PT está extremamente vinculada a momentos importantes do povo brasileiro, como a luta pela democracia, a resistência ao neoliberalismo e o diminuição das desigualdades sociais no País. Porém, não podemos nos condenar a um belo passado pela frente. Durante estes 12 anos de nossa presença no governo federal, adotamos uma estratégia de conciliação e não fizemos as reformas de base necessárias para transformação da sociedade.

O Brasil que construímos criou inegavelmente melhores condições de consumo para nossa população. Porém, o consumo não é um direito social coletivo, e sim um ato individual. Não à toa, muitas pessoas que melhoraram de vida nos últimos anos não identificam esta melhoria com o governo do PT. Ainda somos um povo que prefere pagar mensalidades numa escola particular a usar a escola pública, ainda preferimos apertar o orçamento com um plano de saúde privado a usar Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é uma realidade que ainda precisamos mudar.

 

UMA DIREÇÃO SUBALTERNA SÓ SERVE AO STATUS QUO
Em nome de sucessos eleitorais, nos tornamos um partido que abdicou de apresentar um projeto de país. O Diretório Nacional abriu mão de seu papel político e resumiu-se a um replicador das decisões de governo de ampla coalizão.  Este V Congresso é um momento ímpar para o PT fazer uma profunda autocrítica. Temos que enfrentar o tema da corrupção colocando o dedo na ferida e, principalmente, mudar nossa política, combinando nossa força institucional com a luta política social do dia a dia.

 

UM PARTIDO QUE NÃO PRATICA AUTOCRÍTICA ENVELHECE RAPIDAMENTE
Não podemos ser um partido que só aparece a cada dois anos nas eleições. Precisamos rearticular o campo democrático popular junto com toda a esquerda e movimentos sociais, no sentido de ampliar a democracia no Brasil, com mais distribuição de renda e mais participação social. Para isso, o PT precisa se modificar. Defender o PT não é fingir que está tudo bem. Ou o PT aprova mudanças reais neste Congresso ou pagará um preço caro.
As eleições diretas para escolha da direção foram mantidas, o que abre espaço para o poder econômico. E isto é erro gravíssimo. O V Congresso, equivocadamente, deixou de tomar algumas decisões importantes, como a questão do financiamento do partido, debate destinado ao Diretório Nacional. Precisamos, urgentemente, criar mecanismos internos de transparência e fiscalização, fortalecer a formação política e comunicação de massas e reafirmar o caráter de classe e militante do partido.

 

O PT precisa voltar a entender que uma boa briga é muito melhor que um mau acordo. Em momentos de crise, ou se governa para os ricos ou para os pobres. Não há meio termo. Ou o PT faz um giro à esquerda ou começa a construir seu esgotamento. Por isto, os verdadeiros militantes do PT não podem aceitar mudanças apenas cosméticas.