Do blog do Camarotti
A ausência nos últimos dias dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, que cumprem agenda no exterior, possibilitou ao Palácio do Planalto uma pequena trégua com o Legislativo.
Mas há o reconhecimento no núcleo mais próximo da presidente Dilma Rousseff de que essa queda de braço está longe do fim. No governo, há uma preocupação com derrotas frequentes nos últimos meses, como a devolução da medida provisória que reduz a desoneração da folha de pagamento de vários setores da economia, ou a substituição do fator previdenciário.
A avaliação no Planalto é que a ação bélica de Renan e Eduardo Cunha tem um objetivo claro: dividir o noticiário da Operação Lava Jato, já que os dois são alvos da investigação.
A expectativa inicial do governo era que esse embate perderia força assim que fosse divulgada a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Isso porque o Congresso ficaria enfraquecido politicamente, com parlamentares no foco do escândalo de corrupção que envolve a Petrobras.
Mas o que aconteceu foi justamente o contrário. Emparedados, Renan e Cunha foram com tudo para cima de Dilma Rousseff. Com a aprovação do governo em seu pior nível, a presidente ficou imobilizada. E agora intensifica o loteamento de cargos do segundo e terceiro escalões para amenizar as derrotas.